O delegado-geral de São Paulo, Maurício Blazeck, disse que se surpreendeu com as declarações do coronel Wagner Dimas, chefe da cabo Andréia Pesseghini, uma das vítimas da chacina da Vila Brasilândia, que deixou cinco mortos na última segunda-feira.
Dimas disse nesta quarta-feira em entrevista à Rádio Bandeirantes que a policial havia denunciado colegas de farda por envolvimento em roubos a caixas eletrônicos. Hoje, em depoimento à Corregedoria da PM, o comandante voltou atrás, afirmando que "se perdeu na entrevista".
"Da mesma forma que a imprensa, a gente se surpreendeu. Porque isso [declarações de Dimas] não se encontrava dentro da dinâmica do crime", disse Blazeck. Sobre a ligação das eventuais denúncias da cabo com a chacina, o delegado-geral afirmou que "não aparece até o momento que isso tenha ocorrido".
A declaração de Dimas gerou uma crise dentro da Secretaria de Estado da Segurança Pública já que a investigação do DHPP (departamento de homicídios) aponta o adolescente como o único suspeito de ter cometido o crime.
Matadores do 18
O 18º batalhão é famoso no noticiário policial por conta dos escândalos envolvendo policiais. Em janeiro de 2008, o coronel José Hermínio Rodrigues, então comandante do policiamento da zona norte de São Paulo, foi morto a tiros quando passeava de bicicleta pela avenida Engenheiro Caetano Álvares.
Segundo investigação, policiais mataram o coronel pois ele havia transferido um PM do 18º batalhão da Força Tática (espécie de tropa de elite de cada batalhão da PM) para o setor administrativo do 43º. No início deste ano, o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo absolveu os policiais
Em 2011, o DHPP concluiu que a morte do comerciante Alexandre Pereira da Silva, 30, foi cometida por integrantes de um grupo de extermínio formado por policiais militares e conhecido na zona norte de São Paulo como "Matadores do 18".
Segundo a investigação, Silva foi morto porque se recusou a pagar propina para que os PMs fizessem segurança de suas máquinas caça-níqueis.
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