Um andarilho foi morto no fim da noite de quarta-feira (3), no Largo da Ordem, em Curitiba. De acordo com informações da sala de imprensa da Polícia Militar (PM), Alex Pereira da Silva, de 30 anos, foi assassinado com várias facadas às 23h50. O crime ocorreu na Rua Jaime Reis, perto do Palácio Garibaldi, bairro São Francisco. Nenhum responsável pelo assassinato foi preso. Apesar de várias testemunhas apontarem um grupo de Skinheads (neonazistas) como responsável pelo assassinato, a polícia não confirma.
Segundo a PM, os autores do homicídio estariam vestindo roupas com características de skinheads. Essas informações foram colhidas com pessoas que estavam próximas ao local do crime. A Delegacia de Homicídios (DH), que investiga o caso, ainda não confirma se o crime está realmente relacionado a uma ação de skinheads. "Algumas testemunhas dizem isso, mas nós ainda estamos investigando. O fato de a pessoa estar vestida de preto, não significa que ela é skinhead", diz o delegado chefe da DH, Hamilton da Paz.
Paz ainda afirmou que as imagens das câmeras de segurança instaladas no Largo da Ordem não conseguiram captar o momento da ação criminosa. Segundo ele, uma árvore acabou bloqueando a visualização do local que a ocorrência foi registrada.
Segundo as apurações iniciais da polícia, o crime foi cometido por um grupo composto por três mulheres e um homem. Uma das mulheres seria a responsável pelas facadas que atingiram o tórax e a cabeça do andarilho. O delegado explicou que, caso haja a confirmação de que o homicídio foi cometido por skinheads, o caso será repassado para o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), encarregado dos crimes ligados à intolerância e homofobia.
Crime em Quatro Barras
No dia 21 de abril do ano passado, os estudantes universitários Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e a namorada dele, Renata Waechter, 21, foram mortos em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba (RMC). Segundo a polícia, a motivação do duplo homicídio foi a disputa pela liderança de um grupo de orientação neonazista. O crime aconteceu na saída de uma festa em homenagem aos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler.
As investigações do Cope apontaram que as duas vítimas foram atraídas para uma emboscada. Uma das participantes da festa afirmou que estava passando mal e pediu carona para voltar para Curitiba. Três homens teriam seguido o casal em um outro veículo. Quando já estavam retornando para a festa, um rapaz (que também estava no carro junto com o casal) pediu que eles parassem no acostamento. Os dois universitários foram assassinados com tiros na cabeça pelos homens que seguiam no veículo de trás.
O homem acusado de ser o mandante do crime é o economista Ricardo Barollo, de 34 anos. Depois de ser preso duas vezes, nos meses de abril e outubro, agora ele responde ao processo em liberdade, assim como outras cinco pessoas acusadas de participação no duplo homicídio.
Estudante agredido
Cerca de um mês antes do crime na RMC, no dia 23 de março, um aluno do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR)foi espancado na região do Alto da XV, em Curitiba. O estudante foi agredido com socos, pontapés e pedradas por um grupo de aproximadamente dez homens de cabelos raspados, vestindo suspensórios e calçando botas o que indicaria serem skinheads de orientação neonazista. O rapaz sofreu fraturas no maxilar e teve que passar por uma cirurgia facial.