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Mega-sena

Delegado quer refazer passos de viúva

Rio – A Polícia Civil fez ontem a reconstituição do assassinato do ganhador da Mega-Sena, Renné Senna, de 54 anos. Ele foi executado com quatro tiros – um na nuca e três no rosto –, no Bar do Penco, no distrito de Lavras, município de Rio Bonito (RJ), em janeiro. O delegado Roberto Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios (DH), disse que levará a viúva do milionário, a ex-cabeleireira Adriana Almeida, de 29 anos, ao local para refazer todo o seu trajeto no dia do crime. Ele não divulgou quando isso ocorrerá.

Adriana é suspeita de planejar a morte do marido. "Existem elementos que nos conduzem a isso", declarou o delegado. Ele contou que Adriana telefonou para o ex-PM Anderson Silva de Souza – ex-segurança do ganhador da Mega-Sena e acusado de executar o ex-patrão – mesmo depois que ele foi demitido no fim de agosto. Souza é suspeito também de elaborar um plano de seqüestro da filha da ex-cabeleireira.

"Em novembro, dezembro e janeiro, encontramos ligações da Adriana para o Souza e a Janaína (mulher do ex-PM). Por que ela entrou em contato com alguém que deveria temer, até porque era um suposto seqüestrador da sua filha?", argumentou Cardoso.

O delegado pediu ontem a prorrogação, por mais um mês, da prisão da viúva e de mais quatro pessoas acusadas de participar do crime: os três ex-seguranças do milionário – o sargento da PM Ronaldo Amaral de Oliveira (o China); Ednei Gonçalves Pereira; e o ex-PM Anderson Silva de Souza – além da mulher de Souza, a professora de Educação Física, Janaína Oliveira.

"Só não fiz o mesmo com o cabo PM Marco Antônio Vicente porque não há elementos suficientes para pedir a prorrogação da sua prisão. Com relação aos outros, as provas são contundentes. O quebra-cabeça se encaixa cada dia mais", disse.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que Pereira dirigia a moto e Souza, que estaria na garupa, seria o autor dos disparos que mataram o ganhador da Mega-Sena.

O ex-PM teria rendido Senna, que estava em seu quadriciclo em frente ao bar, o revistado e o executado com quatro tiros.

"Senna estava sem segurança e num horário que não era costumeiro ir ao bar. Aliás, ele sempre usava dois seguranças. Um ficava na fazenda e o outro o acompanha caso ele saísse. Quem avisou os assassinos era muito próximo a ele", declarou o delegado.

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