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Na meia hora de conversa com o repórter foram seis. Por dia, inclusive de madrugada, são de 100 a 150 ligações telefônicas ao delegado Rubens Recalcatti, 57 anos, titular da Delegacia de Furtos e Roubos em Curitiba. "Não tenho como negar ajuda a quem precisa", diz, explicando porque nunca desliga o celular.

Por mês, ele e outros dois delegados são responsáveis pela apuração (ou ao menos a tentativa de, já que a alta demanda e a falta de infra-estrutura impede que o trabalho seja feito plenamente) de 7 mil boletins de ocorrência.

Há 27 anos na Polícia Civil, 12 como delegado, Recalcatti é praticamente onipresente. Nas ações noturnas, o delegado é fi-gura marcada. "Costumo acordar por volta de 2, 3 horas da manhã para acompanhar ações", aponta. Já a rotina convencional contabiliza 12 horas – das 7 às 19 horas.

Recalcatti ainda precisa se preocupar com questões que não são do âmbito policial. Além de coordenar o trabalho dos 60 policiais da unidade, estão sob sua tutela a obtenção de medicamentos e alimentação para os 100 encarcerados, a manutenção de viaturas e computadores, entre outras tarefas.

Todos os transtornos desafogam na pressão arterial, alta constantemente. "O médico me deu uma lista dizendo que ou eu seguia os dez itens, ou eu morreria. Respondi no ato ‘Acho que vou morrer’", ilustra, enquanto sorve outro gole de chimarrão. O mate, junto com o cigarro (30 por dia, enrolados por ele mesmo), são as válvulas de escape. "O cardiologista até entendeu que o cigarro para mim é uma fuga", resigna-se. (MXV)

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