Delegados investigados pelo Gaeco voltam às atividades policiais

O delegado Gérson Machado assumiu a Delegacia de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, na última segunda-feira (20). O investigador Aleardo Riguetto, juntou-se a Machado na mesma unidade, nesta quinta-feira (23). A Polícia Civil ainda procura uma vaga para que o delegado Luiz Carlos de Oliveira retorne às atividades policiais em breve. Os três foram presos por posse ilegal de arma e munições no mês de abril, durante a operação Vortex, do Gaeco Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A decisão para o retorno dos policiais ao trabalho foi tomada pelo Conselho da Polícia Civil. O delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, afirmou que nenhum funcionário público pode ficar sem trabalhar e, enquanto não for apresentada a denúncia contra eles pelo Ministério Público, não existe irregularidade. "Eu não posso deixar um policial sem trabalhar, posso até responder criminalmente, porque na realidade é improbidade", alegou.

Conforme Michelotto, os policiais foram substituídos nas delegacias no momento em que foram presos e, portanto, quando retornaram não havia mais aquelas vagas. "Nunca houve um afastamento", disse. Ainda de acordo com o delegado-geral, Luiz Carlos de Oliveira deverá retornar logo ao cargo de delegado. "O caso dele é mais difícil, porque ele é um delegado de primeira classe, não podemos colocá-lo em qualquer lugar", explicou.

O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, recebeu com surpresa a notícia sobre a volta de Machado no comando de uma delegacia. "Se ele foi designado a trabalhar lá, então me leva à perplexidade, por ter sido um fato público e notório como esse", declarou. O retorno dos policiais, no entanto, é legal. "Não temos ainda uma ordem judicial para que eles fiquem afastados. A Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública) e a Polícia Civil que devem examinar a conveniência do retorno dele", completou.

As investigações da operação estão em fase de conclusão, segundo o Gaeco. Somente depois disso o afastamento judicial dos envolvidos poderá ser pedido. Machado não quis comentar o retorno dele ao trabalho. Oliveira não foi encontrado para falar sobre o caso.