• Carregando...

Depois de dias "pós-Natal" conturbados nas Unidades de Saúde 24 horas em Curitiba, com espera de até cinco horas, ontem foi a vez do Pronto-Socorro (PS) do Hospital Evangélico ter um dia tumultuado, com um período de espera médio pelo atendimento de duas horas e um caso em que um paciente com quadro de convulsão foi obrigado a esperar por cinco horas até receber atendimento médico.

O operador de máquinas Antônio João Glasius, 33 anos, sofreu um acidente de carro em setembro e fez uma cirurgia no próprio Evangélico para tirar um coágulo do cérebro. Ontem, começou a ter convulsões, com três crises, segundo ele. Glasius foi ao PS do Evangélico às 9h30, mas só foi atendido às 14h30, mesmo aparentando tremores e saúde debilitada.

Higino Alves Godoy Pizzi, 60 anos, estava revoltado com o atendimento. "Estou esperando há duas horas e nem sequer fizeram a minha ficha", conta. Ele sentia fortes dores na cabeça. A dona de casa Eloá Brasil Carvalho, 52 anos, teve de esperar por duas horas para que seu neto, Victor Augusto Carvalho, de apenas 8 dias, recebesse atendimento. "Antes as crianças ficavam separadas, o Victor é prematuro e está com icterícia, acho perigoso ficar esperando aqui junto com os adultos", reclamou.

A coordenadora da Urgência e Emergência do Hospital Evangélico, Maria Casimira Fernandes da Silva, classificou o dia de ontem como normal, inclusive sem falta de médicos. "PS é assim mesmo, tem momentos em que há mais casos de emergência e em outros fica mais calmo. Hoje (ontem) houve um pouco de demora no atendimento porque tivemos vários casos de traumas, enfarte e acidente vascular cerebral", explicou.

Mesmo assim, segundo ela, nenhum caso de risco de vida deixou de ser atendido. "Convulsão não é caso de risco de vida", afirmou sobre a situação de Glasius. "O PS serve para atender as pessoas que correm risco de vida, as outras pessoas têm de ser encaminhadas para as unidades básicas de saúde e 24 horas, mas a população não entende e por isso às vezes o pronto-socorro fica cheio", justificou.

De acordo com ela, são exemplos de casos atendidos prontamente no PS enfarte, derrame cerebral, traumas, hemorragias e mulheres em trabalho de parto ou com ameaça de aborto. "Na dúvida, o paciente deve nos procurar. Chegando aqui, quem estiver correndo risco de vida será atendido imediatamente. Do contrário, será encaminhado para o local correto", explicou. A reclamação, segundo Maria Casimira, ocorre porque as pessoas que estão esperando no PS não aceitam que outros pacientes mais graves passem na frente para serem atendidos, mesmo chegando depois.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]