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Desde ontem, a Santa Casa de Foz do Iguaçu – o mais antigo hospital do município – não está mais atendendo a população da cidade. A decisão de interromper os serviços foi anunciada na noite de segunda-feira, juntamente com a de demitir os 430 funcionários do hospital. O subdelegado do Trabalho de Foz, Gilberto Monte Braga considerou, entretanto, as dispensas ilegais. "A legislação impede a demissão de funcionários em greve", garante. Além disso, segundo Braga, somente uma posição oficial sobre o fechamento definitivo da Santa Casa (o que não aconteceu até agora) permitiria a demissão em massa.

O Conselho Municipal de Saúde de Foz aprovou ontem um plano emergencial proposto pela prefeitura, gestora do sistema de saúde, para diminuir o impacto do fechamento do hospital. Entre outras ações, o plano prevê novo contrato com um hospital conveniado para ampliar os serviços cirúrgicos e para dar suporte aos dois pronto-atendimentos construídos no ano passado, logo depois que a Santa Casa fechou seu pronto-socorro.

Greve mantida

Diante do parecer verbal do subdelegado do Trabalho, os funcionários decidiram manter a greve iniciada há 47 dias para cobrar os salários atrasados de dezembro e janeiro e o 13.º salário. "Só sairemos da Santa Casa junto com a Irmandade", assegura o sindicalista Antônio Marcos Gomes de Oliveira, referindo-se à Irmandade Monsenhor Guilherme, provedora do hospital.

Segundo o subdelegado do Trabalho, será concluído nesta semana o processo de fiscalização feito a partir de denúncias do sindicato sobre irregularidades. O auto de infração deverá render multas acima de R$ 300 mil ao hospital que já acumula um passivo de R$ 15 milhões.

O porta-voz da Irmandade, Allan Weston, afirmou que a decisão tomada em assembléia não será revista. "A Irmandade vai manter o aviso prévio para todos os trabalhadores", afirmou. Caso em 30 dias os grevistas não compareçam ao departamento pessoal, todos serão demitidos sem aviso prévio.

Enquanto isso, os trabalhadores afirmam estar no limite da crise. "Não queríamos que a Santa Casa fechasse e nem que a gente fosse mandada embora sem receber nada", lamenta Maria José da Silva Almeida, auxiliar de serviços gerais do hospital há 17 anos. "A situação está muito difícil", concorda a zeladora Maria Joana dos Santos. "Recebi o 13.º salário e deu para pagar apenas o mercado".

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