Em 2016, 58 pessoas morreram de dengue no Paraná. Os dados são do último boletim da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), divulgado na terça-feira (21), e que trazia a confirmação de um novo óbito, que teria ocorrido em Paranaguá. Até o momento, o estado já registrou 143.453 casos da doença, com 55.237 confirmações. Desses, 88 foram casos de classificação Dengue Grave e 748 de Dengue com Sinais de Alarme.
A incidência da dengue no Paraná é de 435,83 casos por 100 mil habitantes – situação que se enquadra em epidemia, conforme números do Ministério da Saúde (100 a 300 casos por 100 mil habitantes). Dos 399 municípios do Paraná, 265 registraram casos autóctones da doença. Isso significa que cerca de 66% das cidades paranaenses já registram o vírus circulando no próprio território.
Já são 82 municípios em situação epidêmica, principalmente no Sudoeste, no Norte do Paraná e na região de Paranaguá. Segundo a Secretaria da Saúde, 62 cidades apresentam situação alarmante, 118 estão em situação estável e 134 não registraram casos no período datado.
Quanto à distribuição etária dos casos confirmados de dengue, 52,4% concentraram-se na faixa etária de 20 a 49 anos, seguida pela faixa de 50 a 64 anos (18%). O sexo feminino, de modo geral, foi o mais atingido, diz o informe. Ainda foram notificados 2.837 casos de chikungunya (73 confirmados) e 4.063 de zika vírus (com 315 confirmações) em todo o estado.
Nova vacina
Na semana passada, o Paraná confirmou que vai fornecer 500 mil vacinas contra a dengue para a população. Será o primeiro estado das Américas a iniciar essa modalidade no combate ao mosquito. A Secretaria da Saúde (Sesa) aguarda que a câmara de regulação de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determine o preço da vacina para finalizar o processo de aquisição e iniciar a campanha de imunização.
A vacina que está sendo adquirida é pioneira no mundo e foi aprovada pela Anvisa em dezembro de 2015, depois de vinte anos de pesquisa e a comprovação de sua efetividade. Ela protege contra os quatro sorotipos de dengue que circulam no país.
Segundo o governo, o custo estimado da dengue no Paraná, direto e indireto, é de mais de R$ 200 milhões anuais. A intenção é reduzir drasticamente o número de internações e de mortalidade, segundo o diretor geral da Sesa, Sezifredo Paulo Alves Paz. “A vacina diminui o número de casos graves e tem o caráter de imunizar regiões de risco. Mas não depositamos apenas nela o sucesso do combate à dengue, até porque o mosquito transmite outras doenças. Por isso, é importante que as medidas de prevenção continuem a ser tomadas”, completa.
O Paraná já tem um estudo sobre áreas de vacinação, mas ainda não divulgou mais detalhes sobre a distribuição das 500 mil doses iniciais. Também há um orçamento congelado para essa aquisição junto ao laboratório francês Sanofi Pasteur, mas a pasta não informou uma estimativa do montante absoluto e do preço por unidade. A expectativa de Sezifredo Paulo Alves Paz é de que a vacina esteja com preço definido e pronta para ser utilizada ainda neste mês.