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Crise aérea

Denise Abreu renuncia ao cargo de diretora da Anac

Brasília – A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, entregou ontem carta de renúncia ao ministro Nelson Jobim (Defesa). Em nota lida por um assessor da agência, Denise Abreu alegou motivos pessoais para deixar o cargo.

Na carta, a diretora solicita a renúncia "em caráter irretratável, por motivos pessoais". A diretora pediu que a sua carta de renúncia fosse encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem vai prestar esclarecimentos sobre as razões que a levaram a tomar essa decisão.

A diretora vai conceder entrevista coletiva na próxima segunda-feira para explicar as razões da renúncia. Denise Abreu chegou a convocar entrevista coletiva ontem, na sede da Anac, em Brasília, mas desistiu da idéia. Segundo assessores da agência, a diretora teve "outros compromissos" que a impediram de conceder a entrevista.

A saída de Denise irá reduzir a tensão entre a agência e a sociedade. A avaliação é do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que recebeu ontem a carta de renúncia. "É uma decisão importante porque começa então fazer com que Anac reduza o seu grau de atrito e tensão com a sociedade", afirmou.

Desgastada por quase um ano de crise aérea, pela tragédia do vôo 3054 e, desde o início desta semana, pela acusação de que teria apresentado um documento sem validade à juíza Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3.ª Região, Abreu não resistiu. A norma inexistente de segurança tinha como objetivo derrubar a restrição de uso da pista do Aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), determinada em fevereiro pela Justiça Federal.

Jobim vinha trabalhando com afinco para que ela deixasse o cargo – pela lei, os diretores de agências reguladoras não podem ser demitidos.

Jobim afirmou que irá conversar com o presidente sobre o papel da Anac. Ele não quis comentar sobre o substituto de Abreu nem se os demais diretores deveriam também pedir renúncia. "Ela me encaminhou o pedido de renúncia, e encaminho agora ao presidente da República para que possamos então estimar os atos e repensar a Anac."

O processo administrativo disciplinar instaurado pelo Ministério da Defesa para investigar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) será aberto já na segunda-feira. De acordo com informações da Controladoria-Geral da União (CGU), a Comissão responsável pelo processo será presidida por Christiana de Castro Gusmão, da CGU. Também integram a comissão Alexandre Penido Duque de Estrada e Dionísio Carvalho Barbosa.

O objetivo da Comissão será investigar o repasse pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de documentos sem validade à Justiça, para a liberação do Aeroporto de Congonhas de São Paulo.

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