O Comando Geral da Polícia Militar afastou ontem o comandante da Academia Policial do Guatupê, coronel João José Ramirez Júnior, por suspeita de assédio sexual. A denúncia foi feita por uma policial que atua na área de saúde da corporação. Antes de levar o caso ao Comando Geral, ela teria encaminhado a denúncia ao Ministério Público Estadual, que não confirmou a informação até o fechamento desta edição. Em nota oficial, a Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que o coronel Ramirez ficará afastado até que as investigações internas da PM sejam concluídas.
A denúncia partiu de uma fisioterapeuta da PM que atuava na Academia do Guatupê, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Hoje ela está lotada no Hospital da Polícia Militar. O pai da moça, ao saber do suposto assédio, teria comentado o caso com outro oficial da PM com quem tem amizade e que tomou a medida de afastar Ramirez.
Com 36 anos de corporação e 55 de idade, Ramirez ocupou os cargos de juiz militar do Conselho Permanente da Vara de Auditoria da Justiça Militar Estadual, sub-comandante da Companhia de Polícia de Guarda Independente Palácio Iguaçu, comandante do Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio e sub-comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual, além de comandante da PM na Operação Verão, no litoral, em 2004. Em maio de 2005, recebeu o título de cidadão honorário de Curitiba. Procurado pela reportagem, o coronel não quis se pronunciar sobre o caso.
Orkut
A acusação foi motivo de discussão no site de relacionamentos Orkut ontem. Na sala virtual intitulada "12.° BPM-PMPR" em referência ao 12.° Batalhão da Polícia Militar, em Curitiba , policiais comentaram anonimamente o caso. Um deles afirma que o coronel teria pedido para que a fisioterapeuta fizesse massagens nele. Ao não aceitar o pedido, a moça teria sido transferida. Outra pessoa que presta depoimento anônimo como policial militar no mesmo espaço afirma que esse não é o primeiro caso de assédio sexual dentro da corporação.