A Polícia Civil encaminhou à Polícia Federal, na terça-feira (21), a denúncia sobre o possível envolvimento do libanês Hamzi Ahmad Barakat, que está preso em Curitiba por aplicar golpes na indústria têxtil, com o grupo político e paramilitar Hezbollah. Segundo a imprensa americana, Barakat, de 50 anos, financiava a organização que é considerada terrorista pelo governo dos Estados Unidos.
O delegado do Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce) foi procurado pelo jornal The New York Times na segunda-feira (20). O periódico encaminhou relatórios dos departamentos de Justiça e do Tesouro dos Estados Unidos, que comprovariam o envolvimento do suspeito com o grupo libanês.
A autenticidade dos documentos foi comprovada, segundo a Polícia Civil, mas nenhuma autoridade policial norte-americana entrou em contato com o Nurce, onde o Hamzi está preso, conforme explicou o delegado Cassiano Aufiero. "Até o momento não levantamos nenhum fato concreto que ligue o suspeito ao Hezbollah, mas encaminhamos a denúncia para a Polícia Federal", disse.
O suspeito também negou envolvimento com o grupo. "Ele confirmou que tinha uma loja no Paraguai, mas disse que nunca enviou dinheiro para o Hezbollah". O irmão de Hamzi também era citado nos documentos. Ele é naturalizado brasileiro e mora em Foz do Iguaçu.
A reportagem tentou contato com a PF, por meio de assessoria de imprensa, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso. Um policial de plantão, que não quis se identificar, informou que nenhuma pessoa com o nome de Hamzi Ahmad Barakat estava sendo investigada pela instituição até as 18 horas desta quarta-feira (22).
Hamzi foi preso no último dia 16. Segundo o Nurce, ele criava empresas em nomes de laranjas e comprava roupas e calçados das indústrias, mas não pagava. Companhias do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram lesadas e o prejuízo foi de pelo menos R$ 10 milhões. Por conta dos golpes, 18 empresas faliram, de acordo com a polícia.