Denunciado pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP), Mauro Sidnei do Rosário, 32 anos, foi assassinado por volta das 20h30 deste domingo (29) perto de um bar na Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Segundo informações da Polícia Civil, cerca de 32 tiros de armas de diversos calibres partiram de um Fiat Palio com insulfilm escuro ocupado por seis pessoas. Dessas seis pessoas, quatro seriam os autores dos disparos.
Além de Mauro, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu, outras duas pessoas foram feridas pelos tiros. Um deles foi encaminhado ao Hospital Cajuru e o outro para o Hospital Angelina Caron.
O inquérito policial que apura a morte de Mauro Rosário foi instaurado pela Delegacia do Alto Maracanã e contará com o apoio da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a Polícia Civil, algumas pessoas já foram ouvidas e nos próximos dias será feita a oitiva com outras testemunhas.
Mauro Rosário foi denunciado pelo Gaeco junto com o delegado Rubens Recalcatti e sete investigadores da Polícia Civil pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, crueldade e sem chance de defesa da vítima), abuso de autoridade e fraude processual.A denúncia foi protocolada no início deste ano e conclui a investigação sobre a morte de Ricardo Geffer, ocorrida no dia 28 abril do ano passado, em Rio Branco do Sul.
Execução
Segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, a forma que se deu a morte de Mauro Rosário não deixa dúvidas que se tratou de uma execução. “É uma ação típica de execução. Cabe à polícia investigar e descobrir as razões do assassinato”, afirma.
Batisti ainda aponta que é muito cedo para afirmar se o óbito de Mauro poderá prejudicar o processo judicial sobre o caso. “A investigação já terminou e, portanto, não há prejuízos neste sentido. Quanto à eficácia do processo não há como avaliar quais serão os possíveis impactos”, relata.
Os acusados
Todos os acusados, segundo o texto dos promotores, tiveram participação direta no dia do crime. Alguns deles, no entanto, não haviam sido identificados no começo das investigações, pois estavam usando balaclava – uma espécie de máscara usada em operações por policiais para preservarem suas identidades.
De acordo com o Ministério Público (MP), os policiais executaram Geffer em razão de o acusarem, sem provas até o momento, de assassinar o ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari, o “João da Brascal” algumas semanas antes. Mauro, que não é policial, também suspeitava que Geffer teria atirado contra ele e contra sua esposa, um mês antes da suposta execução.
O advogado de Recalcatti e dos investigadores, Cláudio Dalledone, afirma que Mauro foi incluído no processo apenas pelo fato de ser informante da polícia ao indicar o local onde teria ocorrido o crime cometido por Geffer. “O uso de informantes é parte integrante do trabalho de qualquer polícia do mundo”, afirma Dalledone.
Ameaças
O advogado de Mauro Rosário, Dival Carvalho Gomes, afirma que seu cliente já estava sofrendo ameaças de morte há mais de um mês. “Ele chegou a ser alvo de tiros em Rio Branco do Sul há cerca de 30 dias. Ele chegou a ser atingido nas costas e na mão. E no domingo aconteceu essa fatalidade”, afirma Gomes. Segundo o advogado, cabe à polícia instaurar o inquérito e apurar a autoria do crime.
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