Brasília Eles têm reencontro marcado com as urnas sob a desconfiança de quem freqüentou o noticiário dos escândalos recentes. Formam um grupo expressivo de políticos, com pelo menos 50 integrantes e nomes de peso, que tentarão em outubro uma vaga na Câmara de Deputados. Destes, 44 são hoje deputados federais, planejam manter-se no poder, mas até as eleições vão ter que se dividir entre a campanha e as explicações nas investigações em curso. São protagonistas do mensalão, sanguessugas e outros escândalos de corrupção que deixaram os brasileiros de cabelos em pé, e transformaram o Congresso Nacional numa delegacia de polícia nesta legislatura.
Da bancada de políticos sob investigação, apenas cinco anunciaram que não vão concorrer a cargo público. Os demais tentarão uma cadeira na Câmara mas, mesmo se passarem pelo crivo dos eleitores, não têm mandato garantido. Para quem tenta a reeleição, as regras do Parlamento dizem que a próxima legislatura poderá dar continuidade a possíveis processos de cassação abertos até o fim do ano. Quem for condenado pela Justiça, perde automaticamente o mandato.
Protagonistas
A maioria é acusada de envolvimento nos escândalos do "valerioduto" e dos sanguessugas. Três deles estão na lista de suspeitos dos dois casos: Carlos Rodrigues (sem partido), que chegou a ser preso preventivamente acusado de integrar a máfia das ambulâncias, Pedro Henry (PP-MT) e Wanderval Santos (PL-SP). Destes, apenas Henry registrou sua candidatura e tentará a reeleição. A lista de deputados envolvidos na venda de ambulâncias superfaturadas, a partir de emendas parlamentares, tem 57 denunciados pela Procuradoria-Geral da República à Justiça. Os nomes, no entanto, permanecem em sigilo. Apenas 17 suspeitos tiveram seus nomes divulgados pela Corregedoria da Câmara e pela CPI dos Sanguessugas.
Desses, 15 são candidatos à reeleição, entre eles o segundo e o quarto secretário da Câmara, Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PP-AL), respectivamente. A CPI pediu ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC doB), o afastamento dos dois.
Fontes das instituições que investigam o caso revelaram os nomes de outros 20 parlamentares que estão na mira da Procuradoria-Geral da República. Entre eles, 19 deputados que registraram na quarta-feira suas candidaturas.
Os políticos envolvidos com o mensalão também estão em busca de votos. Dos 11 deputados absolvidos pelos colegas por receberem dinheiro de caixa dois do empresário Marcos Valério, nove trabalham para continuar no poder. Roberto Brant (PFL-MG) desistiu da candidatura e anunciou ter abandonado a vida pública. José Janene (PP-PR), único que ainda aguarda a votação do processo de cassação, não concorre alegando problemas de saúde.
Outros três deputados que receberam recursos do "valerioduto" tentarão voltar à Câmara. Paulo Rocha (PT-PA), José Borba (PMDB-PR) e Valdemar da Costa Neto (PL-SP) renunciaram ao mandato ano passado para não correr o risco de serem cassados. Além deles, o ex-presidente do PT José Genoino será candidato a deputado e ganhou do partido o número mais cobiçado: 1313.
Os deputados cassados perderam os direitos políticos por oito anos, mas não deixarão de lado a campanha. Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP) trabalham para ser representados. O primeiro vai tentar eleger a filha, Cristiane Brasil (PTB-RJ). E o segundo tenta reeleger aliados como Ângela Guadagnin (PT-SP), que ficou conhecida em todo o país pela dança da pizza.
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