A sociedade está cada vez mais vigilante em relação à violência contra crianças e adolescentes. A soma das denúncias registradas até outubro chegou a 8.013 em todo o País, 12,5% maior que o total de 2007, que ficou em 7.121, de acordo com os dados do Disque-Denúncia da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), vinculada ao Ministério da Justiça. "As pessoas estão mais atentas. E já não ignoram o que se passa na casa do vizinho", diz Ariel de Castro Alves, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente.
O estado de São Paulo lidera o ranking, com 1.097 denúncias, seguido pela Bahia, com 980, e Minas, com 689. Em nono lugar, com 311 denúncias, está o Paraná. Com a morte de Lavínia Rabech da Rosa, de 9 anos, foram quatro casos de assassinatos e abuso sexual só neste mês no Estado. Todas as vítimas tinham a mesma faixa etária, ou seja, estavam na fase de transição entre a infância e a adolescência. "Apesar de terem um corpo quase na puberdade, nessa fase elas ainda pensam como crianças", diz o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, doutor em Violência Urbana pela Universidade de São Paulo (USP). Por isso, tornam-se alvos fáceis.
"O pedófilo ataca as vítimas mais frágeis, que não conseguem se defender", explica o pediatra Lauro Monteiro Filho, editor do site Observatório da Infância. Além de frágeis, são ingênuas e, portanto, fáceis de serem enganadas. "O psicopata é um grande sedutor", diz Eduardo Ferreira-Santos. Nessa hora, a informação vira tática de prevenção. Além das velhas recomendações como não aceitar coisas de estranhos e não pegar carona, é necessário mostrar que existem de fato pessoas com más intenções. As crianças precisam aprender a desconfiar e, no caso de dúvida, sair correndo para pedir ajuda.
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