Uma série de documentos que comprovariam a formação de cartel nas empresas do transporte coletivo de Curitiba e em outras cidades do estado, além do Distrito Federal, será encaminhada hoje ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em Brasília. A intenção é que a licitação do transporte público de Curitiba seja anulada.
As informações, distribuídas em cerca de 15 volumes de 200 páginas cada, foram reunidas pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (Senge-PR), junto com os sindicatos dos Trabalhadores em Trânsito e Transporte de Curitiba (Sindiurbano), dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), dos Bancários de Curitiba e a Associação dos Professores da UFPR.
Segundo o assessor jurídico do Senge, Eduardo Faria Silva, a maioria das pessoas físicas e jurídicas que atuaram nas licitações do transporte coletivo de Apucarana, Guarapuava e Brasília também operam em Curitiba. "Há indícios de uma rede que atua nacionalmente", afirma Silva.
Nos documentos constam dados de supostas irregularidades nas licitações do transporte coletivo desses municípios. As empresas mais beneficiados nos supostos cartéis seriam as da família Gulin que controla quase 70% dos consórcios de ônibus de Curitiba e da família Constantini, que também opera na capital, segundo o assessor jurídico.
O escritório de advocacia Guilherme Correia e Sacha Reck, que responde pelo sindicato das empresas de ônibus de Curitiba, o Setransp, também apareceria nas licitações com supostas irregularidades.