O Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen) confirmou no início da tarde deste domingo (15) que duas pessoas morreram durante uma fuga na Penitenciária Estadual de Piraquara 1, na região metropolitana de Curitiba, durante a madrugada. O órgão informou ainda que 26 presos conseguiram fugir. Inicialmente, a informação confirmada pelo Depen era de 23 fugitivos.
A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp) classificou a ação foi “orquestrada”.
Conforme o órgão, o tumulto começou por volta das 3h, quando presos da Casa de Custódia de Piraquara (CCP) organizaram um princípio de rebelião para chamar a atenção dos agentes penitenciários e da Polícia Militar. Assim que a segurança foi concentrada na tentativa de conter o tumulto, o muro da PEP 1 foi explodido. Vinte e oito presos conseguiram escapar, escoltados por um grupo de aproximadamente 15 homens fortemente armados.
Ainda conforme a Sesp, o grupo entrou em confronto armado com os policiais que estavam nas guaritas e com as equipes que se deslocavam para prestar apoio. A fuga de mais presos foi evitada após as forças de segurança conseguirem acessar o perímetro interno da PEP1.
“Foi tudo uma ação de resgate. Um grupo de fora que tentou libertar os presos. A fuga em massa não aconteceu porque conseguimos reagir a tempo”, disse o diretor-geral do Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen-PR), Luiz Alberto Cartaxo Moura.
Cartaxo afirmou que é na PEP 1 que está concentrado o “reduto do PCC”. “O Paraná, aliás, é o segundo estado com o maior número de integrantes dessa facção criminosa. Poderia ter havido uma rebelião, mas conseguimos reagir a tempo”, declarou.
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Durante a fuga, quatro homens suspeitos de dar cobertura para a fuga de presos fizeram uma família refém num haras na cidade de Quatro Barras. Os quatro homens acabaram se rendendo. Com eles, foram apreendidos três fuzis 762 e duas pistolas.
A contagem de presos na unidade ainda está sendo realizada e deve levar algumas horas para a consolidação das informações, comunicou a assessoria de imprensa da pasta, que prometeu soltar em breve mais detalhes sobre a situação.
Alerta
“A gente está denunciando isso há muito tempo”, declarou a diretora presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski, sobre a situação no Complexo Penitenciário de Piraquara. De acordo com ela, a possibilidade de uma fuga da unidade ganhou força há cerca de sete meses, quando dinamites foram apreendidas do lado de fora da PEP I.
“Aqui no Paraná também tem problema com o PCC. O Paraná não está imune a isso”, disse a presidente.
Segundo informações apuradas pela reportagem, há menos de uma semana três detentas teriam fugido da Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), também em Piraquara.
Além disso, uma varredura realizada na semana passada no interior da PEP 1 teria encontrado dez celulares com os presos. Um pacote com quase 70 celulares foi jogado para dentro da penitenciaria, mas interceptado por agentes antes de chegar aos presidiários. A reportagem aguarda um pronunciamento da Sesp sobre estas informações.