A Justiça de São Paulo adiou os depoimentos de Elize Araújo Kitano Matsunaga, 30, e a suposta amante de Marcos Matsunaga, 42, para o dia 30 de janeiro de 2013. As duas seriam ouvidas hoje durante sessão da audiência que vai decidir se Elize vai a júri popular pela morte do marido.
A garota de programa conhecida como Natália - que teria sido o estopim da briga entre Matsunaga e Elize - seria a primeira a depor hoje, porém não tinha sido localizada nos endereços fornecidos no processo. Esta é a segunda vez que a Justiça tenta ouvir a testemunha de defesa.
De acordo com o advogado Roberto Bartolomei Parentoni, que representa Natália, sua cliente não recebeu a intimação para depor. "Eu tomei conhecimento da audiência somente por meio da imprensa, hoje de manhã. Vim ao fórum conversar com o juiz e expliquei que minha cliente não veio porque não expediram a carta precatória para ela", afirmou o advogado.
A Justiça então determinou uma nova data para que Natália preste seu depoimento.A quarta sessão da audiência, marcada para hoje, ainda contaria com os depoimentos da babá Mauriceia José Gonçalves dos Santos, testemunha comum, e Elize, ré confessa. A expectativa era que ela confirmasse o depoimento que deu à polícia, afirmando que matou e esquartejou o marido depois de ter sido agredida ao questioná-lo sobre uma traição.
Por ser a última testemunha de defesa, Natália precisaria ser ouvida antes de Mauriceia. Entretanto, em acordo entre as partes, a oitiva da babá foi mantida para a sessão de hoje e os depoimentos de Elize e da garota de programa foram adiados para janeiro.
Após as últimas oitivas, o Ministério Público e a defesa terão 15 dias para apresentarem suas alegações finais. Depois desse prazo, o juiz recebe os autos e dá a sentença.
Desde a primeira audiência, em outubro, o juiz Adilson Paukoski Simoni, ouviu os depoimentos do delegado Mauro Gome Dias, que concluiu o inquérito do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa); Mauro Matsunaga, irmão de Marcos; Willian Coelho de Oliveira, detive contratado por Elize para filmar traição do marido; Horácio Rubem D'Abramo, amigos de Marcos; Amonir Hercilia dos Santos, babá da filha do casal; Valter Sergio de Abreu, delegado; Cecília Yone Nishioka, prima da vítima; e dois peritos, Jorge Pereira de Oliveira e Ricardo Salada.
Crime
O crime ocorreu em 19 de maio, no apartamento onde o casal vivia, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), e os pedaços do corpo de Marcos foram jogados em locais distintos de Cotia (Grande São Paulo).
Segundo a defesa de Elize, ela matou Marcos após uma discussão na qual foi agredida por ele e também porque temia ficar sem a guarda da filha, em uma eventual separação do casal. A briga entre o casal começou porque Elize confrontou Marcos com a descoberta de uma traição por parte dele.
Para a Promotoria, Elize matou e esquartejou o marido de maneira premeditada para se vingar porque era traída e também para ficar com R$ 600 mil de um seguro de vida da vítima.
Elize é ré confessa e está presa desde o dia 4 de junho no Complexo Penitenciário de Tremembé (a 138 km de São Paulo). Ela é acusada de homicídio doloso triplamente qualificado (que serve para aumentar a pena), motivo torpe (vingança), recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.
Em depoimento à polícia, Mauriceia afirmou que Elize comprou uma serra elétrica portátil no dia em que Marcos foi morto e esquartejado. O equipamento foi adquirido no Paraná, pouco antes de Elize, a filha e a babá retornarem para São Paulo.
Em agosto, a Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa. A liminar do pedido de liberdade já tinha sido negada em junho.
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