Brasília As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) criadas na Câmara e no Senado para investigar a crise no setor aéreo brasileiro têm diversas reuniões e depoimentos marcados para esta semana.
Na Câmara, os deputados devem ouvir os presidentes do Sindicato do Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, e da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, Wellington Rodrigues, o diretor-presidente da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), Mílton Zuanazzi, e o brigadeiro Ramón Borges Carneiro, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA).
Botelho e Rodrigues devem ser ouvidos hoje e Zuanazzi e Carneiro, na quinta. Amanhã, os deputados se reúnem para votar requerimentos.
Na última semana, os parlamentares se reuniram, mas não votaram nenhum dos 39 requerimentos da pauta, entre pedidos de informações e convocações.
Também na semana passada foram ouvidos pelos deputados o delegado Renato Sayão e o presidente da comissão da Aeronáutica que investiga o acidente com o avião da Gol, coronel Rufino Ferreira. O relator Marco Maia apontou contradições nos depoimentos.
Na última terça-feira, Sayão disse à CPI que não pode investigar os controladores de vôo porque eles estão sob competência da Justiça Militar. No entanto, o coronel disse, na quinta-feira, que o Inquérito Policial Militar (IPM) seria aberto se fosse solicitado pela Polícia Federal.
O relator Marcos Maia (PT-RS) organizou os trabalhos em cinco etapas, sendo que a previsão é encerrar a investigação no dia 11 de setembro, com a votação do relatório final. A primeira etapa, que segue até o dia 29, deve apurar o acidente envolvendo o Boeing da Gol e o jato Legacy, que resultou na morte de 154 pessoas no ano passado. Só depois dessa primeira fase, segundo o relator, a CPI passa a debater o sistema do tráfego aéreo.
Já no Senado, o relator da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), vai solicitar os documentos da auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na Infraero.
"O que nós vamos fazer é investigar essas três coisas que estão aí no cabeçalho da CPI: que é o caos aéreo, as causas do acidente e a corrupção dentro da Infraero", ressaltou Torres, na semana passada.