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Evandro Ramos Caetano, então com 6 anos da idade, desapareceu no caminho entre a escola e sua residência, em 6 de abril de 1992, em Guaratuba, no litoral do Pa­­­raná. O corpo do menino foi en­­con­­trado cinco dias depois do crime em um matagal da cidade, em uma região próxima a sua residência, sem vários órgãos. Ao lado do corpo, a bermuda de Evandro e um molho de chaves da casa da família do menino. A cidade se chocou. Outro menino, Leandro Bussi, havia desaparecido meses antes de Evandro.

O ex-delegado geral da Polícia Civil Adauto Abreu de Oliveira e a delegada Leila Bertolini assumiram o caso. Médicos, peritos e policiais foram mobilizados para encontrar os autores do crime. Uma das hipóteses era de o menino ter sido vítima de um ritual de magia negra.

Celina e Beatriz Abagge foram denunciados por Diógenes Caetano dos Santos Filho, primo do pai da vítima. Ele era inimigo político de Aldo Abagge, marido de Celina e pai de Beatriz. Três meses depois do crime, policiais militares prenderam sete acusados, entre eles Celina e Beatriz.

O primo do menino também acusou Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula Ferreira de participação no assassinato. Marcineiro teria confessado que matou o menino no ritual. Ele acusou Ferreira e outro rapaz, Davi Soares, de terem participado do crime. As Abagge, segundo Marcineiro, o teriam contratado para fazer um ritual. As duas acusam a polícia de tortura para conseguirem uma confissão.

O crime teria ocorrido dentro da serralheria da família Abagge. Airton Bardelli, gerente do estabelecimento, e Sérgio Cristofolini também foram acusados. Eles teriam presenciado o ritual. O inquérito policial, que após a prisão passou a ser pelo ex-delegado João Képpes de Noronha, foi concluído com a acusação de assassinato. As Abagge e Marcineiro teriam sequestrado a criança e a levado para a serraria.

Primeiro julgamento

Beatriz e Celina foram julgadas pe­­la primeira vez em 1998, em São Jo­­sé dos Pinhais, comarca que aten­­dia os casos de Guaratuba. O jul­­gamento durou 34 dias. Elas fo­­ram consideradas inocentes porque não ficou comprovado que o cor­­po era de Evandro. O Ministério Público recorreu e pe­­diu um novo julgamento, alegando que a perícia da arcada dentária e o exame de DNA provavam que o corpo era do menino. Essas análises foram desconsideradas no julgamento.

Quase um ano depois, em março de 1999, o júri que as absolveu foi anulado pela Justiça. Marcinei­ro e Ferreira foram condenados a 20 anos e 2 meses de prisão cada, em 2004, por homicídio triplamente qualificado e sequestro, mas recorreram. Em 2006, os dois conseguiram liberdade condicional. Davi dos Santos foi condenado por homicídio, a 18 anos, em 2004. Ele cumpre pena em liberdade. Bardelli e Cristofollini foram absolvidos em 2005. Eles teriam conseguido comprovar que não estavam na serraria na data do crime.

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