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Pinhais

Depois de 20 horas, presos libertam reféns no Complexo Médico Penal

Os agentes penitenciários feitos reféns em motim no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, foram libertados nesta sexta-feira (27). Um deles foi liberado pelos presos às 3 horas e outro por volta das 11 horas. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Seju), a ação dos detentos não tinha caráter de agressividade e nenhum dos reféns foi ferido. Eles foram mantidos em uma das salas do local desde as 15 horas desta quinta-feira (26), quando começou a confusão.

Cezinando Paredes, que responde pela direção geral do Departamento de Execução Penal do Estado do Paraná (Depen-PR), afirmou que os presos exigiam, entre outras reivindicações, que o tempo de visita fosse ampliado, a liberação de sacolas para dentro dos presídios, maior respeito no atendimento aos detentos dentro das unidades e a transferência de vários deles para fora da Região Metropolitana de Curitiba ou do estado do Paraná.

A negociação foi intermediada pelo Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) com apoio do Depen e a presença de um juiz e dois advogados indicados pelos presos. Os reféns foram liberados após acerto sobre a remoção dos detentos, o que deverá acontecer no menor prazo possível. Segundo a Seju, havendo a possibilidade de escolta, esse processo poderá ocorrer ainda nesta sexta-feira.

Com o pedido atendido, Depen-PR retoma o controle da situação no CMP. Conforme Paredes, durante a ação não houve depredação do complexo, embora os presos tenham tentado fazer um buraco no teto para fugir pelo telhado, o que acabaram desistindo.

Os agentes penitenciários feitos reféns não foram feridos e receberão todo o apoio médico e psicológico. Segundo o representante do Depen, ambos eram funcionários de carreira e possuíam conhecimento sobre a função, mas foram surpreendidos por estarem em um número menor com relação aos detentos.

Motim

O motim começou por volta das 15 horas quando quatro presos dominaram os agentes penitenciários. Os detentos eram oriundos da Penitenciária Estadual de Piraquara (1 e 2), da Casa de Custódia de São José dos Pinhais e outras unidades e haviam sido encaminhados ao complexo para serem medicados. Quando saíam das celas renderam os agentes penitenciários e iniciaram um processo de rebelião.

"Eles sentiram a oportunidade e fizeram, não foi nada planejado, organizado anteriormente, até porque estavam isolados das outras unidades", afirmou Cezinando Paredes.

O diretor afirma que durante toda a ação não houve violência, inclusive por exigência dos detentos. "Havia um foco na conversa. Eram 130 presos liderados por quatro e as outras unidades estavam isoladas, em estado de alerta." No total, o complexo contabilizava cerca de 650 internos durante o período de negociação.

O motim aconteceu em uma parte do complexo em que ficam as celas e durante toda a ação os internos permaneceram dentro das galerias. O complexo possui ainda outras duas partes, uma destinada ao tratamento médico e outra para cuidados psiquiátricos.

Paredes conta que esse tipo de ocorrência não é comum no Complexo Médico Penal. "É evidente que quando existe uma situação dessa não é normal. Esse caso foi uma exceção e segundo os registros há mais de 20 anos não acontecia esse tipo de problema no CMP. É uma unidade mista, com atendimentos masculinos e femininos, e temos procedimentos de precaução que impedem isso", afirmou.

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