A Polícia Federal (PF) de Curitiba, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), prendeu no domingo (17) Marcelo Stoco, acusado de comandar o tráfico de drogas nos bairros Pilarzinho e Cajuru, em Curitiba, e nos municípios de Almirante Tamandaré e Pinhais, na região metropolitana. A detenção ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Criminal Federal. Stoco e outras 23 pessoas haviam sido presos em novembro de 2009, na Operação Nieman, de combate ao tráfico de drogas, e soltos em dezembro de 2010.

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De acordo com o coordenador de comunicação da PF, Marcos Koren, o serviço de inteligência da corporação descobriu que Stoco estaria articulando uma fuga para o Paraguai. O acusado foi localizado em uma casa em obras, um um município da região metropolitana.

"Provavelmente, Stoco estava esperando que seus comparsas viessem pegá-lo para a fuga. Ele não ofereceu resistência à prisão", disse Koren.

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Além da tentativa de fuga, a PF aponta que investigações que ocorreram em segredo de justiça apontaram que Stoco retomou suas atividades criminosas, culminando com a ameaça a um policial militar que prendeu um de seus comparsas.

Transferência

Nesta segunda-feira (18), a PF solicou à Justiça a transferência de Stoco à penitenciária de segurança máxima de Catanduvas, também no Paraná. "O resultado deste pedido deve sair rapidamente, em função da periculosidade do acusado", avaliou Koren.

Burocracia na Justiça

Stoco e mais metade das 23 pessoas suspeitas de integrar sua quadrilha foram soltas em dezembro de 2010, beneficiadas pelos obstáculos burocráticos da Justiça brasileira. Os outros só permaneceram detidos porque havia outras acusações. Além da lentidão judicial, ocasionando o excesso de prazo no processo, uma indecisão das Justiças estadual e federal na hora de receber a denúncia fez com que os desembargadores da 4.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) tivessem de conceder a liberdade a eles. O caso está com a Justiça Federal, que, em janeiro deste ano, ainda não havia aceitado a denúncia.

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Em Almirante Tamandaré, no início deste ano, a soltura de Stoco gerou preocupações à polícia e à comunidade de Almirante Tamandaré, porque 10 pessoas morreram até 26 de janeiro em uma das comunidades onde ele atuaria. Na época, a Polícia Civil suspeitava de uma retomada de pontos de venda de drogas na região.

Perfil

Stoco é conhecido por ser um homem tranquilo, de fala baixa e calma. Educado, sempre se vestiu bem e procurava cumprimentar quem tivesse coragem de mostrar que o conhecia. Após quase um ano de reclusão, ele continua sendo visto pelos moradores como uma pessoa a quem se deve respeito e medo. É conhecido por mandar matar sem dó nem piedade, dentro de sua própria lei, mas também por oferecer dinheiro para comprar gás e levar crianças ao médico. Mesmo assim, quando foi preso, a população do Pilarzinho colocou uma faixa no bairro em agradecimento à polícia.