Campo Mourão Depois de cerca de cinco meses de espera, a Escola Municipal Sagrada Família, em Pitanga (Centro-Oeste do estado), teve os banheiros consertados pela prefeitura na última quinta-feira. Tanta demora levou os alunos do colégio, na localidade de Arroio Grande, a situações inusitadas no primeiro semestre de aulas, como fazer suas necessidades em uma plantação próxima à instituição.
O conserto ocorreu depois que familiares de estudantes, revoltados, construíram na escola três sanitários improvisados cobertos com lona. "As crianças reclamavam que eram obrigadas a ir na plantação ou atrás da escola, e como não adiantava reclamar na prefeitura, protestamos", conta o agricultor Ismael Teles, de 49 anos, avô de três alunos. Ele mesmo recolheu dinheiro dos pais e comprou uma lona para improvisar o "banheiro". A escola tem oito salas de aula e atende cerca de 350 alunos no período da manhã e tarde.
Os problemas começaram em março, depois que uma reforma malsucedida deixou os banheiros com problemas de vazamento e falta de água. De lá para cá, os sanitários ficaram interditados. Segundo a diretora Ivonete dos Santos, que não confirma as "escapadas estratégicas" para a plantação, os alunos passaram a usar os banheiros das crianças da educação infantil. Ela conta que por várias vezes informou a Secretaria de Educação de Pitanga de que faria o conserto nos banheiros por conta própria. "Mas a orientação era para não fazer nada por causa da garantia da obra", diz. Ivonete lembra que em algumas ocasiões foi obrigada a tirar os móveis das secretarias por causa de alagamentos. "Não sei o que deve ter ocorrido para um reparo demorar tanto", disse, incrédulo, o prefeito de Pitanga, Alexandre Carlos Buckman (PTB).