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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) decidiu recuar e investir mais nas investigações sobre a fraude em bombas de postos de combustíveis. A decisão foi tomada após a Justiça conceder um habeas corpus para Cleber Onésio Alves Salazar, acusado de gerenciar o esquema. O MP-PR, que cogitava pedir a prisão preventiva de Salazar, deve se concentrar em outras diligências importantes para o processo.

O órgão quer ouvir no inquérito o repórter da TV Globo que fez a reportagem de denúncia para o programa Fantástico. O MP-PR considera o jornalista uma testemunha indispensável para o esclarecimento dos fatos, já que ele conversou com Salazar diretamente. O repórter ainda não recebeu autorização da empresa para falar com o Ministério Público.

Além disso, o Instituto de Criminalística deve terminar a análise dos materiais apreendidos na empresa de Salazar e enviar para o órgão o resultado da perícia. A partir disso, o órgão vai decidir se apresenta o pedido de prisão preventiva.

Liberação

O alvará de soltura de Salazar foi expedido no final da tarde de terça-feira (17). Salazar saiu do Centro de Triagem II de Piraquara ainda na noite de terça. O despacho do juiz substituto Carlos Augusto de Mello argumenta que nos autos do processo não há nenhum elemento que indicasse uma possível intervenção de Salazar nas investigações. Logo, não haveria motivos para manter a prisão temporária do suspeito.

O juiz ainda afirma que, caso a investigação "encontre outros elementos que determinem a necessidade da decretação da prisão do paciente ou de medidas cautelares, esta providência poderá ser tomada a qualquer momento".

Caso

A empresa de Salazar, a Power Bombas, está sendo investigada pela fraude em postos de combustíveis que funcionaria a partir de um dispositivo eletrônico. No golpe, o consumidor receberia menos combustível que o informado na bomba, o que representaria um prejuízo financeiro. O alvará de funcionamento da Power Bombas não foi renovado pela prefeitura de Curitiba.

Doze postos de combustíveis de Curitiba e região tinham lacres violados nas placas das bombas de combustível. Esses estabelecimentos são clientes da Power Bombas. Duas placas também foram recolhidas para a análise. Ao todo, 44 estabelecimentos foram fiscalizados. O número foi divulgado pelo Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem-PR) na manhã desta terça-feira (17).

O rompimento dos lacres é um indício de que pode ter havido fraude nos postos de combustíveis. No golpe, o consumidor receberia menos combustível que o informado na bomba, o que representaria um prejuízo financeiro.

Donos de postos são ouvidos

O primeiro dono de posto interrogado pela Delegacia do Consumidor (Delcon) de Curitiba nesta segunda-feira (16) negou qualquer participação no esquema de fraude de combustível, denunciado pelo programa Fantástico, da TV Globo, no dia 8 de janeiro. No entanto, de acordo com o delegado titular da Delcon, Jairo Estorílio, Ângelo Albuquerque Gobbo, proprietário dos postos Arrancadão e Jockey, disse que pagava a Cléber Salazar cerca de R$ 400 por mês pela manutenção nas bombas.

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