Presos que mantém um agente penitenciário como refém desde às 16 horas desta quarta-feira (15), 18 presos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, tiveram seus pedidos atendidos e serão levados para o interior do estado ainda nesta noite. De acordo com a previsão da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), devem sair dois camburões para Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu. No entanto, apesar da promessa de que o transporte seria feito às 20 horas, até as 23h30 os detentos ainda não haviam sido retirados do prédio.
De acordo com a Seju, esses presos já haviam solicitado transferência para ficar mais perto de onde moram suas famílias. O conselho penitenciário, que é vinculado à Seju, havia negado os pedidos. Na época, a negativa seria por conta da lotação dos lugares para onde os presos gostariam de ir.
Depois das negociações, no entanto, as autoridades penitenciárias decidiram que os presos teriam direito a cumprir a pena mais perto de suas famílias.
O acordo é que os presos liberem o agente assim que os camburões e a escolta para leva-los às cidades do interior estiverem preparados.
A notícia da ocorrência, inicialmente informada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), foi confirmada pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju). Conforme informou o sindicato, cerca de 30 a 40 presos, de uma galeria que contava com 240, teriam se envolvido na situação. No entanto, os demais apenas apoiavam a causa dos 18 que tiveram a transferência autorizada para encerrar a rebelião.
Protesto
Na manhã desta quarta, os agentes penitenciários fizeram protesto em frente à unidade prisional para reivindicar novas estruturas de segurança, porque os profissionais estariam trabalhando com materiais defasados.
O presidente do Sindarspen afirma que vai acionar a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para que haja uma intervenção para controle da situação do sistema prisional do Paraná.
Cotidiano
Rebelar-se para conseguir transferência foi o motivo para outros dois motins em unidades prisionais de Piraquara nos últimos dois meses.
No dia 11 de dezembro do ano passado, dois agentes foram feitos reféns por três detentos da PCE que queriam transferência para Joinville, em Santa Catarina. Eles foram liberados quase dez horas após o início da situação. Os presos conseguiram a transferência no mesmo dia.
Situação semelhante ocorreu na semana passada, na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba. Detentos mantiveram um agente como refém para reivindicar transferência para unidades do interior do estado.