São Paulo Depois de dois dias seguidos de paralisação, em que 2,4 milhões de paulistanos foram prejudicados, os metroviários decidiram voltar ao trabalho. A decisão foi tomada em assembléia às 19 h de ontem, quatro horas depois de o Tribunal Regional do Trabalho julgar a greve abusiva e condenar o sindicato a pagar multa de R$ 200 mil.
Antes da retomada dos trabalhos, porém, o usuário enfrentou filas e aperto para ir e voltar para casa. Os trens do metrô, como no dia anterior, circularam com apenas 60% da frota, operando em toda linha 1azul (Tucuruvi-Jabaquara) e em parte da linha 2-verde, no trecho entre Ana Rosa e Clínicas. As composições eram pilotadas por supervisores e ex-maquinistas.
Cerca de 3 milhões de pessoas circulam por dia pelo sistema a Companhia do Metrô estima em 600 mil o número de pessoas transportadas em cada dia de paralisação. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mediu 153 km de congestionamento às 9h30.
Negociação
Pela manhã, o secretário de Negócios Metropolitanos, José Luiz Portella, admitia a retomada das negociações, desde que os metroviários voltassem ao trabalho. A categoria, por sua vez, culpava o estado pelo impasse eles admitiam trabalhar desde que as catracas das estações fossem liberadas.
Às 15 h, a greve foi julgada e condenada pelo TRT-SP por descumprir a determinação de manter 85% da frota em circulação nos horários de pico e de 60% nos demais horários.
Pelos dois dias de paralisação, o sindicato deve pagar R$ 200 mil dinheiro que será doado para instituições de saúde.
Os dois dias de greve trouxeram prejuízo direto de pelo menos R$ 19 milhões para os paulistanos. O cálculo, feito a partir do último balanço do Metrô, de 2005, leva em conta a economia que esse sistema de transporte traz para a cidade com a redução nos tempos de viagem dos passageiros, no consumo de combustível, na emissão de poluentes, no custo operacional de ônibus e automóveis e no número de acidentes.