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Londrina

Depois de reação violenta de camelôs, PF conclui operação

Produtor de filmes B busca recursos para novo filme, em "O Crocodilo" | Divulgação/Downtown Filmes
Produtor de filmes B busca recursos para novo filme, em "O Crocodilo" (Foto: Divulgação/Downtown Filmes)

Os camelôs de Londrina, no Norte do Paraná, voltaram ao camelódromo da cidade na tarde desta quinta-feira (12), por volta de 16h30, quando os agentes da Polícia Federal e servidores da Receita Federal deixaram o local. Os 316 boxes do camelódromo foram os alvos da operação "Operação Capitão Gancho 2", deflagrada nesta manhã pela PF, que tinha como objetivo combater a venda de mercadorias ilegais na cidade e crimes de descaminho, contabando e violação dos direitos autorais.

Do local, foram retirados 2,5 mil produtos, avaliados em R$ 3 milhões, que lotaram dez caminhões. Todo o material, roupas, brinquedos, CDs, DVDs e produtos de informáticas - foram levados para o pátio da Receita. O prejuízo, segundo os camelôs, varia de R$ 10 mil a R$ 30 mil. A PF cumpriu apenas um mandado de busca e apreensão - nos 316 boxes do camelódromo -como explicou o delegado federal Homero Campello de Souza.

Durante a ação da PF ninguém foi preso, mas pelo menos três pessoas ficaram feridas depois que os camelôs, indignados com a operação, reagiram com violência. A situação foi mais tensa no início da manhã quando os camelôs se depararam com a PF apreendendo os produtos. A partir daí, os camelôs saíram para as ruas e o tumulto começou.

Nas ruas da cidade, a visão de um conflito: policiais de um lado e camelôs de outro. No meio disso tudo, spray de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral - pelo menos seis foram jogadas contra os manifestantes. O camelô Ulisses Sabino foi atingido por estilhaços na perna, no braço e nas costas e teve que levar quatro pontos (veja o vídeo abaixo).

A manifestação não ficou restrita às imediações do camelódromo. O shopping Royal foi fechado depois da invasão dos camelôs. As lojas só serão reabertas nesta sexta-feira. Os estabelecimentos do calçadão de Londrina também fecharam as portas e poucos se arriscaram a erguê-las já no fim da tarde - após a saída da PF.

O principal terminal de ônibus da cidade foi tomado pelos manifestantes, que dificultaram a saída de ônibus durante a manhã e no início da tarde. Uma senhora, ainda não identificada, teria caído durante a manifestação, e machucado a cabeça. A Polícia Militar esteve no local tentando controlar a açãos dos camelôs. A Associação Comercial de Londrina também foi invadida, mas já no período da tarde voltou a funcionar normalmente. Não há registros de prejuízos.

Os comerciantes que tiveram produtos apreendidos deverão comparecer na data, horário e local estabelecidos para acompanhar a abertura dos volumes. Eles terão prazo de 20 dias para apresentar defesa.

O delegado da PF, Homero Campello de Souza, informou que os produtos apreendidos no camelódromo estão separados pelo número do box (loja). "Os camelôs que apresentarem na Receita Federal notas fiscais dos produtos apreendidos terão todas as mercadorias de volta", disse. As mercadorias que não tiverem nota fiscal serão destruídas.

Prefeito oferece ajuda financeira aos camelôs

Os camelôs que tiveram prejuízo, com a apreensão os produtos, podem contar com ajuda financeira da prefeitura de Londrina. Em nota, o prefeito Nedson Micheleti (PT) disse que os comerciantes poderão contrair financiamentos com a Casa do Empreendedor - uma organização da sociedade civil de interesse público, na qual a prefeitura também é acionista. "A ajuda é para a recomposição do fluxo de caixa e de estoques dos lojistas que tiveram mercadorias apreendidas".

Na nota, Micheleti lamentou os fatos ocorridos nesta manhã e reafirmou o compromisso da prefeitura em regularizar o trabalho dos camelôs.

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