Desde sábado na casa das tias, depois de receber alta um dia antes do previsto, Samuel da Silva Souza Júnior, de 3 anos, nem parece ter passado por uma cirurgia delicada para retirar um projétil alojado na cabeça. Recuperando-se num ritmo surpreendente e sem aparente sequela, o menino tenta agora retomar a rotina depois do susto e do episódio que expôs um problema grave na saúde pública (ver entrevista com o médico Pedro Barbosa). Antes de ser internado, Samuel foi atendido por duas médicas contratadas pela rede pública de saúde de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, sem que a bala que o atingiu fosse notada.
Ferido no dia 22, no quintal de casa quando brincava com o irmão e outros colegas, passou por um pronto-atendimento próximo ao bairro onde mora com a mãe. Durante a consulta, o garoto apenas recebeu um curativo e uma receita indicando analgésico e antibiótico. Quatro dias depois, ainda com dores e vomitando, voltou ao médico, desta vez em outro pronto-atendimento. A médica que o atendeu também o dispensou sem solicitar o raio-X. Desconfiada, a tia Diva de Oliveira decidiu levar o garoto para uma consulta particular e pagar pela radiografia, quando o exame revelou o projétil de pistola 9 mm.
Quatro dias depois de ser operado pelo neurocirurgião Aramis Pedro Teixeira, Samuel deixou o Hospital Costa Cavalcanti. Durante todo o fim de semana, recebeu a visita de parentes e de pessoas que queriam saber como o menino estava. Sem demonstrar qualquer problema e recebendo toda a atenção da família do pai, o menino está sendo cuidado pelas tias e pela avó Josefa da Silva. "Ele passa o dia todo brincando, fazendo bagunça, como se nada tivesse acontecido. Está tomando os remédios, fazendo os curativos três vezes por dia, comendo bem e amanhã (hoje) tem uma consulta de retorno", contou a tia Mirian Silva Souza.
Ainda esta semana, as tias do menino devem procurar um advogado e entrar na Justiça com uma ação contra as duas médicas por negligência. A responsabilidade das profissionais também está sendo apurada pela Comissão de Qualidade de Atenção, formada por médicos, instaurada pela Secretaria Municipal de Saúde.
Investigações
A delegada Mônica Ferracioli, do Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente Vítima de Crimes (Nucria), diz considerar mais forte a hipótese de que Samuel tenha sido atingido por bala perdida. A família acreditava que Samuel tivesse sido atingido por uma pedra de estilingue, já que crianças brincavam de atirar pedras quando ele foi atingido em frente da casa onde mora.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora