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Esperança

Depois do temporal, veio o reencontro

Família unida novamente: os Martendal se encontram depois de vários dias sem comunicação | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Família unida novamente: os Martendal se encontram depois de vários dias sem comunicação (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Curitiba e Ilhota - Famílias divididas pelo deslizamento de terra que tornou o Morro do Baú uma das regiões mais perigosas do Vale do Itajaí puderam se reencontrar ontem. No total, 135 pessoas que estavam no abrigo de Gaspar foram levadas para a cidade natal, Ilhota, onde reencontraram familiares e amigos que não viam há quase uma semana.

O desencontro aconteceu porque os resgatados foram encaminhados tanto para abrigos de Ilhota quanto de Gaspar. A aposentada Santina Martendal, por exemplo, acabou ficando num abrigo com a neta Juliana, e o filho mais velho Sebastião, mas sem a filha Terezinha.

Na hora de deixar a casa, Terezinha mudou de idéia e não quis sair do Baú. Quando foi obrigada a sair, foi encaminhada a um abrigo com a filha, em Ilhota, enquanto os familiares tinham sido encaminhados para Gaspar. Eles suspeitavam que Terezinha estava em Ilhota, mas o reencontro e a confirmação de que todos estavam bem só ocorreram ontem.

O momento de alegria, no entanto, foi curto diante da dura realidade que terão pela frente. "É bom estar junto, mas nenhum de nós sabe o que vai ser feito. Estamos sem destino", diz Terezinha. As casas deles foram condenadas por estarem perto do morro.

O pedreiro Sidnei Adão também teve de sair de casa, mas fez a pé o maior trecho para a saída do Morro do Baú. Ele estima que tenha andado 100 quilômetros com a filha de 7 anos no colo. Acabou chegando, com a ajuda de um helicóptero, ao abrigo de Gaspar e ontem retornou para Ihota, com a filha, o filho e a esposa.

Com a chegada de tanta gente, um novo abrigo teve que ser montado em Ilhota. Uma escola estadual se transformou em pouco tempo: salas de aula viraram quartos; o pátio coberto foi transformado no local das refeições; e as carteiras se tornaram mesas para sustentar os sacos de doações.

O coordenador de abrigos, Paulo Drun, explica que a prefeitura de Ilhota decidiu buscar as famílias em Gaspar para que os parentes pudessem ficar juntos. Três ônibus foram usados para transportar quem estava longe. "Tem mais gente de Ilhota em casa de parente e amigo, mas acredito que buscamos todos que estavam em abrigos", afirma Drun.

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