Depois do tornado que destruiu diversas casas na comunidade do Km 8, área rural de Francisco Beltrão, sudoeste do Estado, na segunda-feira (13), agora são os alagamentos que preocupam as famílias da cidade. Na manhã desta quarta-feira (15) voltou a chover e alguns rios da cidade, como o Lonqueador e o Progresso, que fazem parte da bacia do Marrecas, já saíram do leito normal. A equipes da Defesa Civil e Prefeitura Municipal se apressam para tirar as famílias das áreas de risco.
Ajuda
A secretária de Assistência Social de Francisco Beltrão, Ana Lúcia Manfrói, diz que toda estrutura da prefeitura está à disposição da população, principalmente os veículos para transporte de mudanças. Quem precisar de apoio deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiros,pelo telefone 193. Doações de alimentos e material de limpeza podem ser levadas na secretaria de Assistência Social, na Rua Octaviano Teixeira dos Santos, centro. A Prefeitura de Francisco Beltrão abriu uma conta na Caixa Econômica Federal (agência 601, operação 006, conta 428-2) para quem quiser colaborar com as vítimas do tornado.
Em Mariópolis, o município também abriu uma conta para arrecadas doações. Quem quiser colaborar, pode fazer um depósito para a cooperativa Sicredi (agência 0737, conta 39218-9).
Os pontos mais afetados são o bairro Vila Nova, próximo ao ginásio de esportes Arrudão, e o bairro São Miguel, perto do quartel do Corpo de Bombeiros. Uma parte do parque Alvorada também já está embaixo d’água. Balanço parcial da Defesa Civil, divulgado ao meio dia desta quarta-feira, informa que 16 famílias foram retiradas de suas casas e levadas para abrigos públicos. Cinco famílias que já haviam sido socorridas antes estão em abrigos públicos: duas estão no pavilhão do bairro São Miguel, duas no centro comunitário do bairro Marrecas e uma no bairro Entre Rios. Pelo menos 22 pessoas estão desabrigadas. A previsão inicial é de que os prejuízos irão ultrapassar os R$ 5 milhões.
Segundo o Simepar, nesta quarta-feira (15) a instabilidade atmosférica segue presente sobre os estados do Paraná e Santa Catarina. Em Francisco Beltrão, a chuva dura mais de uma semana. Dados da estação meteorológica do Iapar, demonstram que a média histórica para o mês de julho é de 130 milímetros, mas somente nos últimos oito dias, já choveu 238 milímetros no município.
O Corpo de Bombeiros de Francisco Beltrão está atuando na prevenção e atendimento à população afetada pelo alagamento que iniciou na madrugada em alguns pontos do município. A precipitação das últimas 24 horas é de 71 mm e a precipitação esperada até sexta-feira (17) é de mais 70 mm. O Rio Marrecas já está 3 metros acima do nível normal e continua subindo, embora tenha reduzido o ritmo nas últimas horas. Esse rio ainda não causou nenhum alagamento.
Copel trabalha para reestabelecer energia
As equipes de emergência da Copel devem concluir ao longo desta quarta-feira (15) os reparos necessários para restabelecer os serviços de distribuição de energia nas últimas unidades consumidoras atingidas pelo tornado da segunda-feira. São vinte equipes de técnicos e eletricistas trabalhando na operação.
No final desta manhã, ainda estavam pendentes o atendimento de cerca de 40 ocorrências em Francisco Beltrão e municípios vizinhos. Algumas moradias, no entanto, dependerão de reconstrução dos padrões de energia para ter o fornecimento retomado.
A Copel fará um levantamento nos locais mais afetados para saber qual é a quantidade exata de unidades nesta situação. A elevação dos níveis dos rios que cortam a cidade não traz, por enquanto, nenhum problema de segurança para o abastecimento elétrico das famílias ribeirinhas.
Terra de desastres
Francisco Beltrão é a 10ª cidade do Estado que mais registrou desastres desde 1980: são 79 casos. O levantamento é da Defesa Civil do Paraná e analisa dados entre os anos de 1980 e 2015. O primeiro lugar é de Curitiba (216 desastres), seguida de Paranaguá (116), Ponta Grossa (113), São José dos Pinhais (106), Araucária (104), Maringá (102), Guaratuba (95), Cascavel (89) e Guarapuava (86). Em todo o estado do Paraná são 6.750 ocorrências em 396 municípios, com 11,2 milhões de pessoas afetadas.
No período de 35 anos, a região de Francisco Beltrão, formada por 27 municípios, sofreu com os prejuízos econômicos gerados por desastres, com perdas avaliadas em R$ 1,3 bilhão. Neste período, ocorreram 661 desastres com 1 milhão de pessoas afetadas, mais que o dobro de sua população.
Na microrregião, Beltrão está em primeiro, seguido por Santo Antônio do Sudoeste (47), Dois Vizinhos (40), Barracão (36), Salto do Lontra (35), Marmeleiro (33) e Capanema (32). Em termos financeiros ficou atrás apenas da região de Cascavel que contabilizou R$ 1,6 bilhão em prejuízos. Os cincos desastres mais comuns na microrregião de Francisco Beltrão foram vendaval (196 casos), estiagem (153), granizo (112), enxurradas (72) e inundações (44).
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Em Mariópolis, que também foi atingida por um tornado na segunda-feira, as equipes iniciaram a manhã desta quarta-feira (15) fazendo levantamento de estragos. Não há ainda estimativa do prejuízo. Foram danificadas 50 moradias, das quais cinco completamente destruídas, localizadas nas comunidades de Candeias, Nossa Senhora de Fátima, Colônia Nova, Gramados São Joaquim e Mangueirinha. O número de pessoas afetadas chegou a 306, sendo que 50 ficaram feridas. “Algumas tiveram alta no mesmo dia, mas foi um abalo psicológico. Apenas duas permanecem em observação a unidade hospitalar, mas a princípio não é grave”, conta a coordenadora local da Defesa Civil, Maristela Paulek.
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Segundo ela, além dos danos nas residências, o tornado também afetou lavouras, equipamentos agrícolas, matou animais e destruiu galpões, estrebarias e demais benfeitorias. Em uma única propriedade, cerca de 100 pinheiros ficaram quebrados. A prefeitura de Mariópolis está recebendo materiais de construção (telhas, tijolos, areia, madeira, pedra brita, material elétrico e hidráulico) que será repassado para famílias atingidas pelo tornado. .
Escola suspende aula em Santo Antônio
Em Santo Antônio do Sudoeste, a Escola Estadual do Campo Dom Pedro 2º, da comunidade de Marcianópolis, suspendeu as aulas na quinta (16) e sexta-feira (17), em virtude da chuva de granizo que caiu na região. A diretora Salete Strapasson Bassi disse que não há condições de os alunos permanecerem no prédio que está alagado. Os demais estabelecimentos de ensino continuam com aula normalmente.
As fortes chuvas que caíram sobre Santo Antônio do Sudoeste já atingiram aproximadamente 800 famílias, conforme levantamento da Defesa Civil do município. A chuva de granizo caiu ainda no domingo (12), com pedras de até 10 cm de diâmetro, causando danos em cerca de 500 residências na cidade e em aproximadamente 300 casas em comunidades do interior. O problema se agravou com a grande quantidade de chuva dos últimos dias.
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