A deputada federal Missionária Michele Collins (PP-PE)| Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
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A deputada federal Missionária Michele Collins (PP-PE) apresentou um Projeto de Lei (PL 4.134/24) na Câmara dos Deputados que “assegura a realização de ritos religiosos voluntários nas unidades de ensino públicas e privadas em todo o território nacional”.

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O texto também prevê advertência e multa de até R$ 3 mil para o estabelecimento de ensino que impedir a livre manifestação religiosa de alunos ou funcionários durante os intervalos entre as aulas.

“O exercício voluntário de ritos religiosos, como os cultos cristãos por alunos em unidades de ensino públicas e privadas, é uma ação legítima e está ligada ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana", diz a deputada em um trecho da justificativa do projeto.

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"O Estado Laico garante a liberdade religiosa, por meio da expressão da fé e, consequentemente, a harmonia entre o Estado e a religião”, diz outro trecho

A proposta legislativa foi apresentada na quarta-feira (30).

A iniciativa da parlamentar tem como objetivo se contrapor a um procedimento administrativo instaurado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) junto à Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco para fiscalizar os chamados “intervalos bíblicos”, uma prática que vem crescendo entre as escolas estaduais.

Como noticiado pela Gazeta do Povo, no mês passado, o procedimento do MPPE foi aberto em abril de 2024, mas ganhou repercussão em outubro, após deputados da bancada evangélica da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) se posicionarem contra a medida do Ministério.

No Ministério Público, o procedimento corre pela Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, com atribuição na Educação. A abertura desse tipo de procedimento é, geralmente, motivada por denúncias de alunos ou de funcionários das escolas.

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Intervalos bíblicos

Os chamados “intervalos bíblicos” são organizados pelos próprios alunos, que se reúnem em grupos para professar a fé cristã. Geralmente, os participantes dos cultos são adeptos do protestantismo.

Os encontros ocorrem, normalmente, no horário do “recreio”, sem que a atividade interfira no horário normal das aulas.

No dia 23 de novembro, o MPPE realizará uma audiência pública com professores, gestores, alunos e demais representantes ligados à temática para debater sobre as manifestações religiosas no ambiente escolar.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]