Belém - A Promotoria da Infância e Juventude do Pará pediu a abertura de inquérito policial contra o deputado estadual Luiz Afonso Sefer (DEM) por crime de pedofilia contra uma menina de 13 anos, que aos 9 saiu do interior do estado para trabalhar na casa dele. O juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude, José Maria Teixeira do Rosário, recebeu e encaminhou ao Ministério Público um relatório social do Pró-Paz referente ao depoimento da menina, feito na presença de uma parente. Nesse depoimento, datado de 22 de outubro, ela conta ter sido abusada sexualmente por Sefer desde os 9 anos de idade.
A Divisão de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data) confirmou que já abriu inquérito para apurar o caso. Em nota, o MP informou que aguarda a conclusão das investigações e diligências para tomar devidas providências. O presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), deve convocar Sefer para depor em Brasília antes do recesso parlamentar.
Em inflamado pronunciamento ontem na tribuna da Assembléia Legislativa do Pará, no fim do qual recebeu a solidariedade de quase todos os colegas de plenário, Sefer negou tudo, afirmando estar sendo vítima de "linchamento moral" pela imprensa e de estar sofrendo chantagem para não ser denunciado publicamente por um radialista. O deputado não disse quem seria o autor da chantagem.
"Essa denúncia é volátil e inconsistente, não tem fundamento", rebateu. Segundo o deputado, a menina tem "problemas psicológicos" e nunca se ajustou ao convívio familiar. "Não queria estudar e fiz tudo por ela, inclusive a matriculei em curso de informática, além de pagar aulas de natação", relatou. Sefer disse também que a menor tinha a chave da casa e que saía sem dizer para onde. Para ele, a menina foi "induzida por alguém" a denunciá-lo.
Ele declarou ainda não existir processo de pedofilia contra ele. "Se existir, será por conta de todo este bafafá que estão fazendo", diz.
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