Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Responsabilização de influenciador

Deputado pede que MPF investigue “brincadeira” com simbologia satânica no TikTok

Deputado pede que MPF investigue homem que sugeriu brincadeira com simbologia satânica no TikTok
Vídeos foram publicados no TikTok, rede social que possui parte significativa do seu público composta por adolescentes (Foto: Reprodução)

Ouça este conteúdo

O deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos), da Câmara Legislativa do Distrito Federal, protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um pedido de apuração e responsabilização do influenciador que publicou vídeos com teor infantil na rede social TikTok nos quais faz menção a uma "brincadeira" com simbologia satânica e ao crime de furto. No documento, que foi enviado ao MPF na quarta-feira (17), o parlamentar pede que seja apurada a "suposta prática criminosa de perturbação de menores e de incitação à prática de furto". Além disso, solicita a retirada imediata do perfil nas redes sociais.

“Indiscutível que esses vídeos no mínimo causam um desconforto, medo, terror e que possuem mensagens que induzem menores à prática de infração penal, o que configura crime, segundo o nosso ordenamento jurídico penal”, cita o deputado.

Com a repercussão dos vídeos, houve diversas manifestações contrárias ao conteúdo, principalmente pela veiculação no TikTok, rede que possui grande parte de seu público formada por crianças e adolescentes. De acordo com o jornal New York Times, um terço dos usuários do aplicativo nos Estados Unidos pode ter 14 anos ou menos. Oficialmente, a idade mínima para cadastrar-se na rede social é 13 anos, porém não é solicitado nenhum tipo de comprovação de faixa etária e, na prática, qualquer um pode cadastrar-se informando uma data de nascimento inverídica.

Na terça-feira (16), o deputado estadual André Fernandes, da Assembleia Legislativa do Ceará, também declarou que iria protocolar no MPF pedido de prisão para o influenciador. Nesta semana, um grupo de pais de Brasília também fez uma denúncia à Polícia Civil do Distrito Federal pedindo que o caso fosse investigado.

Entenda o caso

O influenciador, que é autor de conteúdos humorísticos em diversas plataformas, publicou no TikTok três vídeos com teor infantil em que utiliza filtros que simulam a personagem Elsa, do desenho animado Frozen. Nos vídeos, ele diz que ensinará brincadeiras às crianças.

“Oi, crianças, sou eu, a Elsa. Hoje vou ensinar vocês a fazer uma arte muito bonita na casa de vocês. Para isso vamos precisar de canetinha e molho de tomate. Com a canetinha vocês vão desenhar várias estrelas como essa [mostra um pentagrama invertido, símbolo relacionado à feitiçaria] nas paredes da casa de vocês. Vocês puderam perceber que a pontinha está virada para baixo? E com molho de tomate vocês vão contornar o desenho. E se alguém vier perguntar por que você fez isso, você vai responder: ‘É pela glória de Satã’”, diz o rapaz.

Em outro vídeo, ele diz para as crianças se enrolarem em um lençol, pegarem uma vela e saírem pela casa “murmurando várias palavrinhas bem baixinho”. E quando alguém perguntar por que a criança está fazendo isso, diz o influenciador, a criança deve responder: “A alma dessa criança agora pertence a mim”.

“Toda vez que um adulto defender um tal de Bolsonaro, você vai pegar um objeto que esse adulto gosta muito – pode ser um celular, um notebook (cigarro não, cigarro você deixa) – e ganha se ele nunca mais achar”, menciona o influenciador em um terceiro vídeo. “E se alguém perguntar quem ensinou essa brincadeira para vocês, vocês vão dizer que foi a Elsa de Frozen, e que no terceiro filme ela vai ter uma namorada”, completa.

Os vídeos, que também foram compartilhados no Instagram do influenciador, foram apagados das redes sociais.

A reportagem entrou em contato com o TikTok e aguarda o retorno.

Autor dos vídeos faz pedido público de desculpas

Após repercussão negativa do caso, em um primeiro momento o influenciador, que produz conteúdos humorísticos, utilizou suas redes sociais para dizer que estava sendo ameaçado de morte e para se defender das críticas:

“Eu faço conteúdo para público adulto, e além disso existe uma regra de adesão com idade mínima de 14 anos para criar uma conta em qualquer rede social. Celular e tablet não são babás, os pais têm o dever de supervisionar o que seus filhos acessam e não estender essa responsabilidade aos outros. E francamente, tem que ser muito tonto pra achar que um marmanjo barbado vestido de princesa falando de capeta seja sério, chega a ser surreal”, publicou o produtor de conteúdo na quarta-feira (17).

Na quinta-feira, entretanto, ele fez nova publicação, desta vez desculpando-se pelo teor dos vídeos e, na mesma data, publicou uma “nota de esclarecimento e pedido público de desculpas”. “Ciente que o conteúdo pode ter alcançado esferas que não deveria, me coloco na posição de sensibilidade e me desculpo por quaisquer preocupações e insatisfações que causei, pois não é este meu objetivo, mas sim o de entreter e levar humor a todos”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.