O deputado estadual e vice-presidente do PMDB do Paraná, Nereu Moura, que votou contra o projeto que acabava com o nepotismo no estado, teve a mulher e um sobrinho nomeados para ocupar cargos na Assembléia Legislativa (AL). Moura também foi denunciado por desviar dinheiro da Casa.
A reportagem do ParanáTV procurou na Diretoria Administrativa da Assembléia, a sub-diretora Dirlei de Moura, mulher do deputado, mas não a encontrou. A nomeação foi divulgada no Diário Oficial que, a pedido da liderança do PMDB, autorizava Dirlei a ocupar o cargo com o salário de R$ 2.851 reais. O sobrinho, Francisco de Moura Júnior, teria direito a um salário de R$ 2.610.
Os funcionários que trabalham nos setores onde ambos deveriam trabalhar não quiseram gravar entrevista. Sobre a mulher de Nereu Moura, a reportagem descobriu que ela tem uma sala, mas que nem sempre ela aparece por lá. O sobrinho não é conhecido de ninguém do protocolo, nem do gabinete do deputado. Exonerado
De acordo com um assessor da assembléia, Francisco Moura Júnior já foi exonerado, depois de ter ficado mais de um ano no cargo. O que chama a atenção é que no Diário Oficial de 23 de março de 2004 está escrito que as nomeações são válidas desde 1.º de fevereiro de 2003, um ano e um mês antes. A reportagem tentou descobrir, na direção geral da Assembléia, se eles ganharam salários acumulados dos meses anteriores, mas nenhuma informação foi conseguida.
O ParanáTV também não conseguiu falar com o deputado Nereu Moura, que ocupa a primeira secretaria, o terceiro cargo mais importante na Assembléia. O assessor marcou uma entrevista coletiva para terça-feira (2) para falar sobre a contratação dos parentes e também sobre a denúncia de desvio de dinheiro e formação de quadrilha, feita pelo Ministério Público Federal. O deputado Nereu Moura e mais quatro pessoas são acusados de desviar 165 mil reais da assembléia legislativa.
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