Deputados e senadores de bancadas religiosas do Congresso deflagraram ontem uma série de ações para tentar impedir a aprovação da proposta que descriminaliza o aborto. O grupo integra a Frente em Defesa da Família e vai pressionar a subcomissão do Senado que discute mudanças no Código Penal para impedir qualquer mudança na legislação que permita a interrupção da gravidez.
Os religiosos querem a convocação do presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D'Ávila, que manifestou posição do órgão favorável ao aborto até o terceiro mês da gestação. A posição do conselho é inédita e respalda o anteprojeto da reforma do Código Penal, que propôs a ampliação das situações previstas para o aborto legal inclui casos de fetos com anomalias incompatíveis com a vida e o aborto até a 12.ª semana da gestação por vontade da mulher desde que médico ou psicólogo constate falta de "condições psicológicas".