Pense nos armários desarrumados ou nos livros que não cabem nas estantes de casa, problemas que qualquer desorganizado enfrenta. Agora, imagine o desafio de Jaime Antunes, diretor do Arquivo Nacional, que tem por obrigação acomodar 55 quilômetros de documentos, fora mapas, fotografias, filmes e registros sonoros. A "casa" dele é grande são cerca de 11,5 mil metros quadrados , mas a encrenca pode ser considerada maior. Atualmente, o Arquivo Nacional, que guarda documentos federais, como os produzidos pelos órgãos de informação durante a ditadura, registros civis de brasileiros e o controle da entrada de estrangeiros, a Lei Áurea, além de coleções privadas, como a de Luís Carlos Prestes ou os filmes da Cinemateca do MAM, não tem mais espaço para se expandir.
Ainda há lugar em determinados setores, mas, outros estão abarrotados. O diretor garante que a situação ainda está sob controle, mas já busca alternativas. Uma delas é substituir as estantes atuais por compactas, que são fechadas e deslizam sobre trilhos quando abertas, economizando espaço. O problema é o custo. Para trocar todas, seria necessário desembolsar entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões, valor bem salgado para quem teve um orçamento, em 2014, de R$ 20 milhões para investimentos e infraestrutura (sem contar pessoal). No ano que vem, os R$ 20 milhões saltarão para R$ 28 milhões, mas ainda é pouco para os planos de Jaime e de sua equipe, que sonham com R$ 50 milhões
Como sabe que esse dinheiro dificilmente será liberado, o diretor do Arquivo Nacional corre agora atrás de patrocínio privado para a realização de obras. O problema também é o custo: o projeto está orçado em R$ 40 milhões. Outra preocupação é com o pessoal. Embora conte com 510 funcionários, o Arquivo vai ser também o depositário digital de todo documento do Poder Executivo federal que nascer por meio eletrônico. Para isso, serão necessários mais funcionários. A área de desenvolvimento de sistemas tem só três servidores.
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