Há exatos dois meses, o engenheiro civil Renato Moreira Brandão, de 54 anos, desapareceu, depois de sair de bicicleta do apartamento da família, no bairro Ahú, em Curitiba. De lá para cá, a polícia adotou diversas linhas de investigações, chegou a fazer buscas na mata e no Litoral do estado, mas não conseguiu reunir novas pistas que possam ajudar a encontrar o engenheiro. "A família e a polícia estão correndo de todos os lados, mas sem saber qual é o lado certo. Dá a impressão de que estamos na estaca zero", definiu a mulher dele, Miriam Isabel Weiss Brandão.
A principal estratégia da Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC) agora é investigar informações repassadas anonimamente à unidade. Segundo o delegado Marcelo Lemos de Oliveira, nos últimos dois meses unidade recebeu cerca de 50 ligações de pessoas que diziam ter informações sobre o paradeiro de Brandão. "Todas foram checadas, mas até agora não houve nenhum elemento novo", disse o delegado.
O último telefonema apontava que o engenheiro teria sido visto na Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana. "Mantivemos uma equipe lá. Mas não deu em nada", lamentou Oliveira. A polícia mantém uma equipe exclusiva para acompanhar o caso. Segundo o delegado, todos os dias os investigadores fazem alguma diligência sobre o desaparecimento ou checam alguma informação.
A única pista concreta continua sendo a bicicleta com a qual Brandão saiu de casa e que foi encontrada há seis semanas na Estrada da Graciosa, no município de Antonina, no Litoral. Localizada por funcionários do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), a bicicleta estava encostada em uma árvore e intacta, exceto pela correia arrebentada.
Por mais de um mês, a polícia concentrou as investigações nas cidades litorâneas. A DVC e o Grupo de Operação de Salvamento Tático (Gost) chegaram a fazer buscas na mata fechada, as margens da rodovia onde a bicicleta foi encontrada. Entretanto, nenhuma outra pista foi rastreada pelos policiais. "Tudo que havia para ser feito no Litoral, nós fizemos", afirma o delegado.
Vida da família ficou "estacionada", diz mulher
A família Brandão tenta retomar a vida normal, apesar da apreensão vivida nos últimos 60 dias. Quando concedeu entrevista à Gazeta do Povo por telefone, Miriam Brandão falou de uma academia, onde acompanha a filha de 14 anos em uma aula de natação. "A gente continua, tentando levar [a vida], mas sem perspectiva de crescer. Não fazemos planos para nada. Ficamos estacionados", conta Miriam.
Ela revela que a casa foi mantida da maneira que estava quando Brandão desapareceu. "As coisas dele permanecem do jeito que ele deixou, para quando ele voltar", disse. Para suportar a angústia, Miriam e a filha se apóiam em outros familiares e em vizinhos. "As primas têm dado uma força muito grande. Temos ótimos vizinhos também. Tem um que nos liga perguntando qual o cardápio queremos no jantar e nos convidam", disse.
A família prepara uma foto modificada por computador, para mostrar como o engenheiro estaria fisicamente, após dois meses fora de casa. "Se ele teve algum tipo de apagão psicológico, ele pode estar vagando por aí, com barba e cabelos mais compridos", explicou. "Temos fé que ele será encontrado e tudo vai voltar ao normal", finalizou.
Caso
Renato Moreira Brandão desapareceu na manhã de 13 de setembro, depois de ter saído da casa da família, na Rua Colombo, no bairro Ahú, em Curitiba. O engenheiro é autônomo e trabalhava em casa. A família registrou o boletim de ocorrência do desaparecimento do engenheiro e já percorreu hospitais, Instituto Médico Legal (IML), Fundação de Ação Social (FAS) e parques, além de ter entrado em contato com rádio-táxis e meios de comunicação e distribuir panfletos pelo bairro.
Serviço
Informações sobre o engenheiro podem ser repassadas à Delegacia de Vigilância e Capturas pelo telefone (41) 3219-9700.
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