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      A queda do telhado de uma das arquibancadas da Sociedade Hípica Paranaense deixou pelo menos 30 pessoas feridas, algumas com gravidade. Duas mulheres idosas fraturaram a coluna – uma delas quebrou cinco vértebras. Uma menina de 9 anos, ontem à tarde, passou por uma cirurgia delicada porque fraturou o fêmur. O número oficial de feridos, divulgado na noite de domingo, era de 11 pessoas: a quantidade foi subestimada porque haviam sido contabilizadas somente as vítimas socorridas pelo Corpo de Bombeiros (Samu e Siate).O telhado da arquibancada foi arremessado com o vento por volta das 18 horas de domingo, durante uma tempestade que atingiu a região. Três pessoas entrevistadas pela reportagem confirmaram que, na hora do acidente, havia cerca de 40 pessoas na arquibancada e que poucas saíram ilesas. "A maioria não esperou a ambulância. No momento do desespero, pegaram o carro e foram sozinhas procurar atendimento. Eu fiz isso porque minha filha e meu sobrinho estavam machucados. Ela quebrou a perna e ele teve de levar oito pontos na cabeça", diz uma das vítimas, que prefere não se identificar.

      "Muitas pessoas começaram a gritar. Instalou-se o pânico. Algumas estavam sangrando, outras tinham dores pelo corpo", afirma outra vítima. Uma mulher permanecia internada no Hospital Cajuru porque bateu a cabeça e teve perda repentina de memória. Houve, por outro lado, quem recebesse alta no mesmo dia porque teve ferimentos mais leves, como pequenas luxações e pancadas.

      A Comissão de Segurança e Edificações e Imóveis (Cosedi) interditou ontem as outras duas arquibancadas que existem na Hípica. Apesar de elas estarem intactas, não poderão ser usadas até que o laudo técnico aponte os motivos que levaram a estrutura a ruir. O coordenador-técnico da Cosedi, Hermes Peyerl, explica que o acidente foi localizado e que pode ter acontecido somente por causa do mau tempo. "Um tufão pode explicar o motivo de o telhado de madeira ter sido arrancado com o vento. Mas é estranho, porque as árvores que ficam atrás da arquibancada estão normais. Por isso não descartamos a hipótese de falta de manutenção", diz.

      "Quando a madeira é embutida no concreto, se não houver manutenção suficiente, ela pode apodrecer. É preciso, uma vez por ano, fazer uma boa pintura com verniz. Mas só o laudo vai apontar o que aconteceu", afirma Peyerl. A Hí­­pi­­ca tem dez dias para apresentar um laudo técnico ao Cosedi. O Ins­tituto de Criminalística também trabalha no caso e, em 30 dias, deve apresentar um laudo que apontará se houve negligência.

      O outro lado

      O presidente da Sociedade Hípica Paranaense, Fernando Sperb, disse que cerca de 30 pessoas estavam no local na hora do acidente e que todas devem ter tido algum tipo de machucado. "Muitas estavam inchadas por causa da pancada, mas não foi nada grave", afirma. Sperb explica ainda que havia dois médicos de plantão e uma ambulância para atender as vítimas. "É norma da Hípica ter esta equipe em dias de competição. Chamamos várias ambulâncias e um helicóptero para ajudar. Todas as pessoas foram atendidas rapidamente." Ontem à tarde, engenheiros analisaram o local do acidente e, segundo Sperb, também devem verificar a estrutura das outras duas arquibancadas. "Se for preciso, vamos fazer arquibancadas mais resistentes, que aguentem tufões", comenta. Há cerca de um ano e meio, as arquibancadas da Hípica tinham passado por uma reforma e manutenção.

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