Desde o último dia 12, data do desastre que matou centenas de pessoas em deslizamentos e enxurradas na região serrana do Rio de Janeiro, ecos da tragédia fluminense se manifestam na forma de medo e insegurança em alguns dos destinos turísticos mais procurados pelos paulistanos nas férias.
De acordo com relatos de empresários e trabalhadores do ramo hoteleiro, mesmo sem um fato em São Paulo que justificasse mudanças de comportamento, os últimos 12 dias foram marcados, em menor ou maior intensidade, por redução da procura, desistências adiamentos de reservas e muitos questionamentos.
"Tem muita gente perguntando antes de vir se está chovendo muito se o hotel fica perto de morro ou de rio", diz Monica Fuhrhausser, de 35 anos, dona de um hotel em Barra do Una, uma das praias mais concorridas de São Sebastião, no litoral norte.
"Minha taxa de ocupação não fica abaixo de 80% nessa época. Depois que começaram as notícias (da tragédia no Rio), caiu pela metade em alguns dias de semana. Quem já tinha reservado veio, mas o telefone parou de tocar. Agora está voltando", diz.
Em outras praias de São Sebastião e também em destinos da Serra da Mantiqueira, como Santo Antonio do Pinhal (SP) e Visconde de Mauá (RJ), os relatos são parecidos. "Tivemos na semana passada (retrasada) uma diminuição dos telefonemas, mas está lotando a cada fim de semana. Os hóspedes às vezes perguntam 'será que não tem perigo?' Mas nossos números não chegaram a mudar", afirma Renata Pavão, dona de hotel no morro da Praia de Toque Toque Grande. Ela diz ter chamado um geólogo para verificar as condições do local.
Reação
O que o empresário chama de "paranoia" pode ser interpretado como uma reação natural pós-tragédia, afirma a psiquiatra Alexandrina Meleiro, da Comissão de Prevenção de Desastres da Associação Brasileira de Psiquiatria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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