Descoberta nova variante do H5N1 potencialmente perigosa para os seres humanos

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Cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira, a descoberta de uma nova variante do H5N1 potencialmente perigosa para os seres humanos. Após a análise de mais 300 amostras de H5N1 - retiradas de aves e pessoas infectadas entre 2003 e 2005 - os pesquisadores concluíram que a cepa responsável pela infecção de seis pessoas no Vietnã, no Camboja e na Tailândia, entre 2003 e 2004, não é a mesma que causou um surto na Indonésia em 2004, infectanto várias pessoas. As variantes, apesar de distintas, teriam a mesma origem. A descoberta pode complicar ainda mais o desenvolvimento de uma vacina contra a gripe aviária e a prevenção de uma pandemia.

- Em 2003, havia apenas uma variante de H5N1 geneticamente capaz de causar infecção em seres humanos e provocar uma pandemia humana da gripe aviária. Agora, há duas - alertou a pesquisadora Rebecca Garten durante a Conferência Internacional sobre Doenças Infecciosas Emergentes, que aconteceu em Atlanta. - A expansão geográfica do vírus acarreta em uma expansão da diversidade genética do mesmo - disse Garten.

O H5N1 se espalhou por Europa, África e África, infectando cerca de 180 pessoas e provocando mais de 100 mortes desde 2003, quando foi detectado o surto do vírus. A infecção por gripe aviária se dá pelo contato com aves doentes, mas os cientistas temem que uma mutação no H5N1 possa tornar o vírus transmissível entre seres humanos, desencadeando uma pandemia mundial, com milhões de mortes.

Os vírus de gripe sofrem mutações com certa facilidade e, pelo que parece, o H5N1 não é uma exceção à regra.

- Só o tempo dirá se o vírus evoluirá ou sofrerá mutações que permitam a trasmissão entre seres humanos - afirmou a cientista.

O Departamento Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos já reconheceu a existência das duas variantes do H5N1 e aprovou o desenvolvimento de uma segunda vacina contra a doença, baseada no segundo tipo de H5N1. Várias companhias estão trabalhando em vacinas experimentais contra a doença, mas ainda não se sabe se elas terão alguma eficácia no caso de uma pandemia. A vacina teria que ser formulada usando o vírus responsável pela infecção entre humanos.

O estudo analisou mais 300 amostras de H5N1, retiradas de aves e pessoas infectadas entre 2003 e 2005. A maioria dos vírus pertenciam ao genotipo Z. Havia um pequeno número de vírus dos tipos V e W, além do recém descoberto genotipo G.