A superlua, fenômeno que acontece devido à proximidade da lua com a Terra, deve voltar a iluminar os céus na noite da próxima segunda-feira (14). Essa será a maior aproximação com a Terra desde 1948 – e a próxima oportunidade será apenas em 2034! Mas, depois da ressaca histórica que causou destruição do litoral do Paraná no último mês, bate aquela dúvida: será que a superlua pode alterar de forma significativa as marés e causar mais estragos nas cidades litorâneas?
De acordo com o presidente do Grupo de Estudo e Divulgação da Astronomia de Londrina (Gedal), Miguel Fernando Moreno, não há motivos para preocupação. Segundo Moreno, que é especialista em Astrobiologia, o fenômeno pode causar variação das marés, mas não de forma significativa e sim como em qualquer período de lua cheia. “É a interação entre a Terra e a lua que causa a amplitude das marés – isso porque a parte líquida, no caso os oceanos, se movimenta com mais facilidade por conta dessa atração”, conta. “Quanto maior a interação, maior é essa movimentação. Mas a aproximação da superlua não é tão grande quanto parece”, explica o especialista.
Distância entre a Terra e Lua diminui 22 mil km
Moreno afirma que, por causa da órbita da lua, ela fica mais próxima ou mais distante da Terra em diversos momentos. Quando o fenômeno da superlua ocorre, o satélite, em fase de lua cheia, está mais próximo. “A órbita da lua é elíptica. Quando ela está mais perto da Terra, temos uma condição chamada perigeu. Coincidentemente, isso ocorre quando a lua está na fase cheia”, diz.
O contrário, assinala o especialista, quando a lua está mais distante da Terra, é chamado de apogeu. A distância média da lua com o planeta Terra é de 384 mil km. Quando a lua cheia coincide com o perigeu, essa distância é de 362 mil quilômetros, conforme dados da Nasa.
Segundo o professor, a superlua não é tão maior do que a lua cheia que se vê normalmente. O que acontece é uma espécie de “ilusão de ótica”, que faz com que o observador tenha impressão de que o satélite está maior e mais brilhante do que o de costume. “A mudança de diâmetro é pequena, cerca de 10% maior apenas. A diferença é que, neste caso, as pessoas prestam mais atenção do que em qualquer lua cheia”, comenta.
Moreno pontua que a semelhança nas dimensões só não é percebida por leigos porque, ao se ter a lua mais próxima da Terra, tem-se um ponto de referência para observação no horizonte. “Faça o teste do dedo mindinho. Tente esticar o braço e tapar a superlua com o dedo mindinho. Depois, compare quando estiver uma lua cheia ‘normal’. O tamanho continuará o mesmo”, ensina.
Como observar?
Ainda assim, se a ideia é apreciar o fenômeno iluminando o céu, o ideal é que sejam usados equipamentos como telescópios ou mesmo binóculos. “Os equipamentos mais simples já ajudam a ter um resultado bom. A lua cheia também não deixa de ser um espetáculo romântico e bonito de ser visto mesmo a olhos nus”, salienta o professor, ao enfatizar que, apesar disso, os grupos de estudos astronômicos ainda preferem focar as observações lunares na fase da lua crescente. Neste período, a luz do sol que incide sobre o satélite produz mais sombras e é possível visualizar crateras com mais facilidade.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora