Londrina – Armado com uma faca, o vendedor desempregado José Cícero Alves dos Santos, 36 anos, manteve uma funcionária refém por três horas, ontem à tarde, ao tentar roubar uma agência da Caixa Econômica Federal, na zona oeste de Londrina. Míriam Martins só foi solta por volta das 18h30, depois que Santos entregou-se à polícia, convencido por sua esposa grávida de oito meses.

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O assalto começou por volta das 15h30, pouco antes do fechamento do banco. Santos rendeu Míriam, que atua no auto-atendimento. Ele passou pela porta giratória e entrou na agência, seguindo em direção à mesa de um gerente. Ele então exigiu que fosse colocado dinheiro em sua mochila.

No mesmo momento, funcionários e clientes começaram a sair correndo pela porta principal. "Ele entrou muito nervoso, gritando e chutando as mesas e cadeiras sempre com a faca debaixo do braço da funcionária", conta o cliente Marcos Francisco de Melo. Quando se preparava para deixar a agência, Santos foi surpreendido pela chegada dos policiais militares. Segundo os funcionários, dentro do banco havia um policial federal, que acionou a polícia. A Avenida Tiradentes, onde fica a agência, foi bloqueada e integrantes da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), Polícia Civil, Siate e Polícia Federal passaram a acompanhar a ocorrência.

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Transtornado, Santos subiu com a refém para o segundo andar da agência. Ele começou a quebrar os vidros do prédio com a mão e com o cabo da faca, enquanto gritava para que sua imagem fosse gravada pelas câmeras de TV. Do lado de fora, a tensão e o medo entre os funcionários aumentavam a cada vidro que era destruído. Muitos choravam sem saber notícias da colega de trabalho.

Policiais e atendentes do Siate contaram que o homem, muito nervoso, gritava palavras desconexas. O médico do Siate, Gustavo Queiroz, que esteve junto a Santos, informou que ele argumentava estar desesperado, pois tinha financiado sua casa junto à Caixa e temia perdê-la por falta de pagamento. "Ele não exigia nada, mas falava que queria resolver seu problema com a Caixa", disse Queiroz.

Por volta das 18 horas, o delegado chefe da Polícia Civil de Londrina, Sérgio Barroso, obteve a informação de que a esposa de Santos, de 27 anos, trabalhava em uma escola e foi buscá-la. Menos de três minutos depois dela chegar à agência, o vendedor se entregou assim que a viu. "Tivemos que envolvê-lo emocionalmente. Foi tudo muito tenso", resumiu Barroso.

Muito nervosa, Míriam não conseguiu falar com os jornalistas. De acordo com paramédicos do Siate, ela estava bem e tinha apenas escoriações e cortes nos braços, provocadas pelos vidros quebrados pelo assaltante enquanto estava imobilizada. A funcionária foi atendida na Santa Casa de Londrina. A esposa de Santos também preferiu não falar com a imprensa e dizia aos policiais que jamais esperava que o marido se envolvesse em episódio semelhante.