Um desentendimento profissional pode ter levado um renomado médico do Recife a mandar matar um colega de trabalho no mês passado, segundo a Polícia Civil.O cirurgião Cláudio Amaro Gomes, 57, é suspeito de ser o mandante do assassinato do também cirurgião Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 36, em 12 de maio deste ano.
O delegado Guilherme Caraciolo, responsável pelas investigações, disse, em nota, não poder detalhar as circunstâncias que levaram ao crime porque ainda procura por outros dois suspeitos.
O filho de Gomes, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32, também participou do crime, segundo a polícia, que diz ter encontrado as digitais dele em um recipiente utilizado para incendiar o carro do médico assassinado.
Além disso, a polícia afirma que câmeras de segurança e da companhia municipal de trânsito mostram o carro de Gomes Júnior fazendo o mesmo percurso do médico assassinado.
"Já existem provas suficientes para a denúncia dos presos, inclusive com a certeza da participação do Cláudio Júnior na execução do crime", informou a nota da polícia.
Cláudio Gomes e Artur Pereira trabalhavam em um mesmo hospital no Recife. Gomes comandou a equipe que atendeu em 2010 o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele teve uma crise de hipertensão após cumprir agenda política na cidade.
O médico foi preso na tarde de terça-feira (3), em casa, no bairro de Boa Viagem. O filho dele estava em um bar, no bairro da Encruzilhada, quando foi preso. A prisão de ambos é preventiva e eles já estão no centro de triagem de Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife.
A polícia diz ter encontrado no carro de Gomes Júnior um revólver calibre 38. O rapaz já havia sido autuado por porte ilegal de arma em 1997, no Rio de Janeiro.O médico e o filho dele não responderam às perguntas feitas pelo delegado na noite de terça-feira, segundo a polícia.
"Vamos procurar o poder Judiciário para mostrar que essas duas pessoas estão sendo detidas indevidamente. São inocentes", afirmou o advogado Altamiro Fontes em entrevista à imprensa local. "As provas [contra os dois] nem sequer foram apresentadas aos advogados aqui presentes", declarou.
O corpo de Artur Eugênio de Azevedo Pereira foi encontrado em maio, com marcas de tiro, às margens da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife. Já o carro dele foi achado queimado no bairro da Guabiraba, zona norte do Recife.