A desigualdade de gênero diminuiu discretamente no Brasil pelo terceiro ano seguido, revela o relatório anual do Fórum Econômico Mundial sobre o tema, divulgado na noite desta quinta-feira, 24, em Londres. No estudo referente a 2013, o Brasil se destacou em termos de igualdade de acesso à educação e saúde, apresentando notas elevadas e compartilhando o primeiro lugar mundial nesses dois quesitos. O País, no entanto, ainda tem um longo caminho a trilhar no que diz respeito ao reconhecimento das mulheres no local de trabalho e na vida pública, temas nos quais ainda amarga posições ruins no ranking.

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A nota média brasileira nos quatro critérios analisados pelos autores do estudo (poder político, participação econômica, acesso à educação e saúde) passou de 0,691 em 2012 para 0,695 este ano. Com isso, o Brasil permaneceu em 2013 no 62º lugar entre 136 países, mesma posição do ano passado. O País, no entanto, aparece 20 posições acima do que se encontrava em 2011, quando a desigualdade de gênero voltou a diminuir depois de dois anos em alta. Na avaliação dos autores, isso mostra o sucesso brasileiro na consolidação dos avanços rumo à igualdade entre os gêneros nos últimos anos.

Ao mesmo tempo em que compartilha a liderança em acesso à educação e saúde, o Brasil figura na 117ª colocação em igualdade salarial entre homens e mulheres, o que o coloca entre os países mais desiguais do mundo em termos salariais. A situação não melhora muito no que diz respeito ao poder político das mulheres. A baixa proporção de mulheres no Congresso Nacional deixa o País na 116ª posição nesse tema.

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Em sua oitava edição, o Relatório Global sobre Desigualdade de Gêneros do Fórum Econômico Mundial é considerado um dos principais indicadores sobre o progresso dos países rumo à igualdade entre homens e mulheres. Pelo quinto ano seguido, a Islândia é o país onde a desigualdade entre homens e mulheres mostrou-se menor, seguida por Finlândia, Noruega e Suécia.

Ao passo que a desigualdade vem diminuindo paulatinamente no Brasil, a porcentagem de redução atingiu 70% no conjunto dos países da América Latina e do Caribe, o que fez dela a região do mundo que registrou a maior melhoria global no ano. O país latino-americano melhor posicionado no ranking é a Nicarágua (10º lugar), seguida por Cuba (15º), Equador (25º) e Bolívia (27º). A Argentina figura no 34º lugar, a Colômbia no 35º e o México no 68º. A Alemanha, por sua vez, lidera entre as economias do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo), aparecendo na 14ª posição. Entre os Brics, a África do Sul é a melhor posicionada, na 17ª colocação.