O ritmo do desmatamento da Amazônia alcançou seu menor nível desde 1988, batendo novo recorde em relação ao ano passado. Mesmo assim, a devastação da floresta entre 2009 e 2010 derrubou uma área de 6.451 km², maior que o território do Distrito Federal, em Brasília, que mede 5.802 km². Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (1º), o dado mais recente de desmatamento na Amazônia representa redução de 13,6% em relação à área devastada no ano passado, quando 7.008 km² de mata foram derrubados. A área desmatada no bioma é a menor desde 1988, quando as estatísticas começaram a ser feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que divulga nesta quarta o desmatamento anual computado pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes). O sistema cobre áreas maiores que 6,25 hectares e considera apenas o corte raso, quando há remoção completa da cobertura florestal. Segundo o diretor do Inpe Gilberto Câmara, o balanço do Prodes foi realizado a partir de análise de 93 imagens de satélite que cobriram 90% do desmatamento. A estimativa tem margem de erro de 10% para mais ou para menos. O estado que mais desmatou no período foi o Pará, com 3.710 km² de área devastada. Em segundo lugar ficou o Mato Grosso, com 828 km², seguido de Maranhão (679 km²) e Amazonas (474 km²). Presente na cerimônia em que o anúncio do desmatamento foi feito, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, considerou o número "fantástico". "Este é o menor desmatamento de toda a história da Amazônia", disse ela. Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou contratos de concessão de direito real de uso (CCDRU) a 2.584 famílias residentes em 6 reservas extrativistas e em uma floresta nacional. Com a iniciativa, sobe para mais de 29 mil número de famílias beneficiadas pelo governo e os moradores ganham oficialmente o direito de explorar recursos em unidades de conservação. Lula também assinou o decreto que institui o Macrozoneamento Econômico Ecológico da Amazônia Legal, essencial para a gestão do território previsto na Política Nacional do Meio Ambiente. O objetivo do documento é promover a transição do padrão econômico atual para um modelo de desenvolvimento sustentável na região, contemplando diferentes realidades e prioridades do território amazônico.
Entre outros pontos, o texto trata dos desafios desta transição e indica estratégias de diferentes setores da economia, como o energético e mineral, e o planejamento integrado de infraestrutura e de logística. O documento também aborda temas como os territórios rural e urbano, proteção da biodiversidade e dos recursos hídricos, agricultura e mudanças climáticas na Amazônia.
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