Denúncias de desmatamento resultaram em fiscalizações ambientais no acampamento 1º de Maio, que fica na divisa dos municípios de Bituruna e de General Carneiro. O Ibama esteve na área em setembro e o IAP, em novembro. O órgão estadual emitiu 12 multas, que juntam chegam a R$ 8 milhões. Os fiscais alertaram para a necessidade de legalizar a atividade na área. A partir daí, a disputa pela liderança do acampamento e a indefinição sobre quais deveriam ser as práticas a serem adotadas racharam o grupo de acampados. Uma parte queria buscar formas de se adequar à legislação ambiental para tentar continuar com a terra; e o restante não abria mão da exploração florestal.

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No início de fevereiro, o líder do grupo preocupado em encontrar formas de conseguir a posse da área foi executado com 10 tiros. Ademar Alves, 48 anos, estava no barraco, com a esposa grávida, quando foi espancado e depois baleado. Valdemar Vaz, acusado de ser o mentor da execução e de ter feito disparos foi preso na semana passada, na casa de parentes em General Carneiro. Mais dois acusados estão detidos e dois envolvidos estão sendo procurados pela polícia.

O delegado Jonas Eduardo Peixoto do Amaral, de União da Vitória, confirma que havia uma rixa entre Alves e Vaz. "Cada um tentava colocar o seu ponto de vista e trazer pessoas para o seu lado", conta. Numa reunião na noite anterior ao assassinato teria sido decidido que Alves precisava sair do acampamento. Mas a suspeita é de que o grupo descontente não esperou nenhuma atitude do rival e, poucas horas depois da reunião, teria decidido executá-lo. A área do acampamento, instalado há cinco anos, é enorme (4,4 mil hectares), e formada em grande parte por mata nativa. O cálculo sobre a quantidade de árvores cortadas e de hectares desmatados ainda não foi concluído pelos órgãos ambientais. Em uma operação conjunta do Ibama e da Polícia Federal no ano passado, 23 armas foram apreendidas no acampamento.

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