Destino de Pitoco está em debate| Foto: Walter Pereira/Tribuna do Interior

Olhos amendoados e pelo de cor caramelo esbranquiçado pelo passar dos anos. Esse é o perfil de um cão sem raça definida que se tornou o centro de uma polêmica envolvendo uma agência bancária, clientes e comerciantes da área central de Campo Mourão, Região Centro-Oeste do estado. Ninguém sabe ao certo quando ele apareceu, somente que ele ocupa há 8 anos a área destinada aos caixas eletrônicos do banco Itaú. Durante todos esses anos, "Pitoco" – como é conhecido na cidade – procura diariamente o local, após passear pelas ruas do centro da cidade. Agora, no entanto, a gerência da agência quer retirar o animal da área. O problema é que clientes e comerciantes da região não querem a retirada do cachorro.

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Portas automáticas

O gerente operacional do banco, Delço Santos, diz que a decisão de retirar o animal do setor ocorreu após a instalação de portas automáticas. "Antes, ele entrava e saia do local, agora ele só entra quando o cliente passa o cartão e abre a porta para o Pitoco entrar. Depois, ele fica trancado e acabando causando sujeira no local, além de provocar mau odor", diz Santos.

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Apesar da ordem de retirada do cachorro, Santos diz que o cãozinho nunca atrapalhou a movimentação na agência. "Todos aqui o conhecem. Os clientes sempre brincam com ele. É mais pelo mau cheiro", afirma.

Waldemar Danielle, proprietário de um cartório próximo ao banco, diz que Pitoco já faz parte da cena urbana da cidade. "Conheço ele há oito anos. No início, ele ficava em frente a um restaurante, depois ficava no cartório na área de atendimento aos clientes. Mas, quando ele descobriu que o banco tinha ar-condicionado não saiu mais de lá. Só vem aqui quando está com muita fome". O cartorário diz que mantém um cantinho para Pitoco no estabelecimento com ração e água para quando ele aparece.

Mesmo com a decisão de retirada, Pitoco continua entrando no setor de caixas eletrônicos. "Esta­mos tentando conseguir alguém que o adote. Os funcionários do banco já se comprometeram a fazer uma caixinha para ajudar na alimentação dele", diz Santos.

Ninguém acredita porém, que a adoção será a solução.