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Ciclistas em curitiba

Desrespeito de motoristas é maior queixa de usuários da Via Calma

Via Calma foi implantada na Avenida Sete de Setembro em 2014 | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Via Calma foi implantada na Avenida Sete de Setembro em 2014 (Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo)

Em junho de 2014, quando a Via Calma foi implantada na Avenida Sete de Setembro, em Curitiba, houve polêmica sobre a efetividade do projeto, cujo objetivo é estimular o respeito e a tolerância entre motoristas e ciclistas ao garantir preferência de circulação na faixa à direita da pista aos ciclistas e estipular velocidade máxima de 30 km/h para veículos. Essa semana, pouco mais de seis meses após a implantação, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbanos de Curitiba (Ippuc) divulgou o resultado de uma pesquisa realizada para procurar conhecer melhor quem são os ciclistas da cidade e quais são suas demandas.

O monitoramento foi realizado em três pontos estratégicos da Via Calma, instalada na avenida na metade do ano passado, durante os meses de agosto e outubro de 2014. Foram observados 649 ciclistas, dos quais 365 responderam a um questionário informando endereço, origem, destino, motivo e frequência do deslocamento, idade, sexo, escolaridade, ocupação e renda.

O levantamento mostra que os estudantes são o grupo (por ocupação) que mais utiliza a faixa compartilhada, representando 15,9% do total de usuários. Entre as ocupações mais citadas estão ainda profissionais da construção civil; professores; policiais e servidores públicos. A maioria dos deslocamentos tem origem na região central da cidade e destino final também para o Centro – o que pode indicar uma dificuldade maior de utilizar a bicicleta como meio de transporte para percorrer distâncias maiores em trechos não adequados para o ciclista.

O trabalho é a razão pela qual 71,5% dos usuários monitorados utilizam a bicicleta como meio de transporte diariamente; 13,2% recorrem à “magrela” para chegar à faculdade ou colégio e apenas 10,7% tem na pedalada fonte de lazer.

A Via Calma e o uso de bicicletas no dia-a-dia ainda são território predominantemente masculino: 87% dos usuários monitorados são homens. A pesquisa mostra, porém, que a presença feminina tem aumentado nos últimos anos, passando de 5%, em 2008, para 13% em 2014. O maior número de ciclistas tem entre 31 e 40 anos (28,2%) e entre 21 e 25 anos (20,3%).

A pesquisa também apurou que a maioria dos usuários (39%) tem renda mensal de um a três salários mínimos; em segundo lugar estão aqueles que ganham entre três e cinco salários. O quadro por faixa salarial é mais equilibrado do que o revelado nas pesquisas de 2008 e 2013, que apontavam que mais de 50% dos usuários estavam na faixa de um a três salários.

Avaliação dos usuários

Instados a avaliar a via calma, 16,7% dos usuários queixou-se do desrespeito por parte dos condutores de veículos e motos; 9,6% afirmou considerar o projeto uma boa iniciativa e 5,5% acredita que pode ser implantada em outros locais.

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