Para aonde destinar toda a terra que será retirada com a escavação do túnel do metrô de Curitiba? Esse será o principal problema ambiental gerados pela obra, ainda sem previsão de início. De acordo com o Estudo Complementar de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do metrô, a cada dois metros de escavação, 200 metros cúbicos de terra e outros resíduos serão retirados. Esta primeira etapa do empreendimento prevê 17,6 quilômetros de linha – dos quais, apenas 2,4 quilômetros serão elevados. Isso significará cerca de 1,5 milhão de m³ de terra a serem trazidos à superfície.
A destinação de todo esse material – as chamadas áreas de bota-fora – serão um dos temas discutidos nesta terça-feira (22), durante audiência pública do EIA-Rima complementar do metrô. O estudo aponta que o melhor seria buscar espaços na região sul de Curitiba – onde ficará o emboque do túnel – para essa destinação. Isso possibilitaria uma economia com o transporte da terra e evitaria que a obra causasse mais transtornos ao trânsito.
“Se o caminhão tiver de dar voltas na cidade para deixar a terra retirada, vamos criar outro problema”, avalia a bióloga Gisele Cristina Sessegolo, da empresa Ecossistema Consultoria Ambiental, responsável pela elaboração do estudo. Embora o relatório identifique áreas na cidade que poderiam receber essa terra (veja no mapa), os chamados vazios urbanos de Curitiba, não é possível dizer onde será o provável destino dos resíduos do metrô.
Além de oferecer espaço, o local também precisará de ter uma licença ambiental para a atividade. “Só próximo do início da obra deverá ser feita uma avaliação das áreas possíveis para receber o material e como se dará a aquisição ou o aluguel delas, que deverão ter licenciamento ambiental para este fim”, explica Gisele.
Ela destaca a experiência da Linha Lilás do metrô de São Paulo. Lá, a terra da escavação foi enviada para uma antiga área de mineração, que depois foi transformada em um parque. De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Curitiba, Renato Lima, a prefeitura considerada a criação de um “novo elemento de paisagem” no local que receberá os resíduos. Mas, por enquanto, nada está definido.