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Curitiba

Destino final de cães de canil irregular ainda não foi definido

Animais de grande porte, como os rottweilers, continuam no canil irregular | Jaelson Lucas/SMCS
Animais de grande porte, como os rottweilers, continuam no canil irregular (Foto: Jaelson Lucas/SMCS)

Os 122 cachorros descobertos pela Prefeitura de Curitiba no fim de setembro em um canil irregular no bairro Boa Vista, em Curitiba, continuam sem um destino definido. A Justiça entendeu que, como a proprietária do canil também é dona dos animais, ela é a responsável por seu encaminhamento a locais adequados até que o próprio estabelecimento seja regularizado – ou seja, que disponha de um veterinário. Quando isso acontecer, os cães poderão retornar ao lugar de origem.

A mulher indicou um canil em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Por isso, a partir desta segunda-feira (7) cerca de 100 cães de pequeno porte começaram a ser transferidos para lá. O restante, formado por animais maiores, continua sob responsabilidade da proprietária por enquanto.

Impasse

A Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (Spac) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) discordam da decisão judicial que garante a possibilidade de os animais retornarem à proprietária. Segundo as duas instituições, os cachorros eram maltratados no canil, o que teria feito com que alguns desenvolvessem problemas nos olhos, nas patas e que apresentassem desnutrição.

À Spac, a Justiça ofereceu a possibilidade de abrigar os cães de grande porte temporariamente, mas a Sociedade rejeitou a ideia. "Não queremos manter animais para ter que os devolver à dona que não ofereceria cuidados adequados a eles. Se fizéssemos isso, tiraríamos o cachorro da condição de isolamento e o deixaríamos vivendo com uma família para depois acabar com tudo isso?", questiona a presidente da Spac, Soraya Simon. De acordo com ela, esse processo poderia prejudicar ainda mais os cachorros.

A intenção tanto da Spac quanto da Prefeitura é recolher todos os 122 cães, microchipá-los, castrá-los e disponibilizá-los para adoção – segundo Soraya, depois que pessoas ficaram sabendo do caso, prontificaram-se a adotar os animais sem problemas.

Na visão da SMMA, apenas a inexistência de um veterinário no canil do Boa Vista já configura maus-tratos e, portanto, relacionaria a situação à lei municipal 13.908, que prevê que, caso seja constatada a falta de condição mínima para a manutenção de animais, o município receberia a autorização imediata para remover os cães do local, identificá-los e destiná-los para adoção.

Outro lado

De acordo com a proprietária do canil, que prefere não ser identificada, seu estabelecimento tem infraestrutura adequada e os cachorros não têm qualquer problema de saúde. "Estou lutando para que eles retornem para cá", diz.

Segundo ela, falta pouco para o canil ser regularizado, considerando que já conseguiram uma veterinária para trabalhar no local e que já deram entrada na documentação necessária para a regularização.

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