O Brasil tem hoje 29.637 quilômetros de estrada de ferro e um imenso acervo de velhas estações ferroviárias que estão sem uso. Entre as destinações principais desses espaços, segundo especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, estão a abertura de centros culturais e a implantação de linhas turísticas. Em todo o país há 21 viagens de turismo regulamentadas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Um desses serviços é o passeio de trem na Serra do Mar, no Paraná. Segundo a Serra Verde Express, que opera o sistema, uma média de 12,5 mil passageiros por mês fez o passeio no ano passado.
Para incentivar a recuperação das estações ferroviárias, o Ministério do Turismo investiu R$ 16,94 milhões entre 2004 e 2009 no país. No início deste mês, uma iniciativa interministerial lançou uma cartilha de trens turísticos e culturais, cujo público-alvo são as prefeituras. O responsável pela coordenação técnica do patrimônio ferroviário do Iphan, José Rodrigues Cavalcanti Neto, afirmou que o órgão recomenda às prefeituras que assumam as estações para garantir os projetos de uso.
Para o engenheiro Paulo Ferraz, funcionário da RFFSA por 26 anos, há inúmeros projetos de turismo que podem aproveitar a magia das locomotivas. "Ainda há tempo. A infraestrutura está pronta. É só abraçar esse patrimônio e transformá-lo num indutor de desenvolvimento social", afirma. Mas o engenheiro reconhece que é importante ter um projeto de uso das estações. Ele lembra que não adianta apenas restaurar, já que um imóvel restaurado e sem uso acaba se deteriorando.
O professor de transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Camilo Borges Neto é mais cauteloso. Ele informa que a implantação de linhas turísticas deve levar em conta a demanda. "É preciso estudar e saber se haverá passageiros", frisa.
Para o professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Leonel Brizolla Monastirsky, que pesquisa o patrimônio ferroviário, as velhas estações têm uma simbologia ligada à história econômica, social e cultural do Brasil e, só por isso, deveriam ser preservadas. "As cidades que eram ligadas pelas ferrovias se transformavam. Políticos, cantores de rádios, grupos de teatro passavam por elas. Os ferroviários eram bem vistos nas cidades porque ganhavam bons salários. Então se criou um mito em torno das estações, das ferrovias", comenta.
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